A AFA (Associação de Futebol da Argentina) divulgou, nesta terça-feira (30), que a Seleção atual campeã mundial jogará os dois amistosos na Data-Fifa de março na China. Os rivais serão países africanos: Nigéria e Costa do Marfim.
A decisão argentina escancarou o fracasso parcial de intercâmbio de jogos entre Seleções da América do Sul e da Europa, anunciada com pompa pela Uefa (União Europeia de Futebol) e Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) em setembro de 2023. Alguns jogos ocorrerão como previsto, mas longe do plano ideal.
O Brasil se valeu do acordo e vai enfrentar a Inglaterra, no dia 23 de março, em Londres, e a Espanha, três dias depois, em Madri, nos dois primeiros confrontos do técnico Dorival Júnior. A CBF foi uma das entusiastas do intercâmbio, já que por anos houve reclamação de que, por causa do calendário, se tornou quase impossível para a Seleção pentacampeã mundial enfrentar fortes rivais europeus em amistosos nas Datas-Fifa.
Mas outras confederações não pensaram o mesmo. A Argentina preferiu faturar alto e levar Messi e companhia para a China. Estima-se que os dois jogos na Ásia vão render à AFA cerca de US$ 5 milhões (R$ 24 milhões). Se optasse pelo intercâmbio com os europeus, o ganho seria com venda de ingressos e algum patrocínio pontual, valor que não chegaria perto do oferecido para o tour chinês.
Logística e novo trabalho
O Peru foi outro país que abandonou o acordo entre as confederações. Preferiu ficar em Lima, e receber rivais da América Central, Nicarágua e República Dominicana. Mas o motivo não foi financeiro: lanterna das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, com apenas dois pontos em seis rodadas, o peruanos anunciaram em dezembro um novo treinador, o uruguaio Jorge Fossati.
Com isso, a federação local, em acordo com o técnico, preferiu abrir mão de enfrentar a Itália, nos Estados Unidos, para realizar dois jogos em casa contra times mais fracos no primeiro contato de Fossati com o elenco. Ele também usará a estrutura de centro de treinamento do país e deve convocar mais de 23 jogadores para o primeiro contato com os novos subordinados.
Os italianos, agora, negociam com Equador e Venezuela, com base no intercâmbio. Já há um contrato assinado com uma agência para que esse confronto ocorra na cidade da Filadélfia, nos Estados Unidos.
A Bolívia também ignorou o projeto e vai disputar um curioso quadrangular na Argélia, com a presença dos donos da casa, da África do Sul e da Albânia. Cada time vai realizar dois jogos, o limite de uma Data-Fifa.
O Uruguai de Marcelo Bielsa recebeu oferta de US$ 2,5 milhões (R$ 12 milhões) para enfrentar a Argentina no giro da China, mas a pedido do treinador recusou. Agora negocia para tentar jogar na Europa com base no acordo Uefa/Conmebol, mas as principais seleções já estão com compromissos agendados.
Na Europa
Além do Brasil, a Colômbia fechou dois confrontos contra europeus: Espanha e Romênia. O Chile terá pela frente a França, atual vice-campeã mundial, e deve encarar também Marrocos.
Quando os dirigentes de Uefa e Conmebol anunciaram no ano passado o intercâmbio, o desejo era reeditar, em Paris, a final da Copa do Mundo de 2022, no Catar, entre Argentina e França. Os argentinos optaram pelo contrato para jogar na China, e franceses e chilenos chegaram a um acordo para se enfrentar.
O Paraguai ainda não divulgou o que pretende fazer na Data-Fifa de março.
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