A organização social De Peito Aberto (DPA), através do programa ‘Esporte na Cidade, cria oportunidades no futebol para meninas de 7 a 17 anos em situação de vulnerabilidade social e econômica. O projeto que se estende por diversas cidades brasileiras é realizado também em Belo Horizonte, desde 2019. Na capital mineira, a Arena Independência, em parceria com o América, abre suas portas para as aulas de futebol.
Dentre as mais de 400 crianças e adolescentes que já passaram pelo projeto, Karoliny Araujo se destacou. A garota de 14 anos revelada no projeto foi aprovada nas categorias de base do Atlético.
“Sou ex-aluna do Esporte na Cidade e, com o apoio da De Peito Aberto, consegui manter a minha mente focada nos treinamentos. No ano passado, com a ajuda da nossa professora Ana Clara, passei no teste e hoje sou goleira do Atlético.” Para Karoliny, o projeto também ajudou a valorizar a modalidade na região. “Ajudou muitas meninas que precisavam de apoio para serem inseridas no futebol feminino”.
No núcleo de Salvador, as atletas também possuem um espaço para que pratiquem o futebol. Alunas como a jovem Samara, de 17 anos, encontrou na DPA um ambiente acolhedor para praticar a modalidade e enfrentar o preconceito.
“Tenho prazer em jogar bola desde os meus 5 anos de idade. Ainda na infância, jogava futebol apenas com os meninos. Tive que enfrentar todo o tipo de preconceito e ficava muito triste com isso, geralmente ficava na reserva e, quando entrava no jogo, raramente tocava na bola”, lembra Samara.
Segundo a atleta de 17 anos, que é moradora da comunidade Nordeste de Amaralina, localizada em Salvador, na Bahia, o preconceito começa em casa. “Infelizmente, muitas meninas deixam de sonhar por conta do preconceito e acredite: esse preconceito começa em casa. Muitos pais não deixam as filhas treinarem por ouvir coisas absurdas sobre o futebol feminino”, explica Samara.
Samara e a irmã Tauane são alunas do Projeto Esporte na Cidade - Núcleo Salvador. Promovido pela De Peito Aberto, as aulas são realizadas todas as segundas e quartas, no estádio do Pituaçu, na capital baiana. As alunas ainda recebem chuteiras e uniforme completo para a realização das atividades.
Em 2021, o projeto de Salvador foi um dos vencedores do Prêmio de Serviço Público das Nações Unidas 2021, na categoria “Promoção de serviços públicos com perspectivas de gênero para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)”.
Sobre a De Peito Aberto
Além do Esporte na Cidade, a De Peito Aberto tem outros projetos espalhados pelo Brasil. Oportunidade Através do Esporte, Educar com Cultura, Superação, Educa Surf, Educa Skate e Breaking Olímpico são alguns deles que também são viabilizados com o apoio da Lei Federal de Incentivo ao Esporte e com a ajuda de parceiros privados, entre eles Vallourec, Pirelli, Tívoli, Braskem, Iveco, Grupo CNH, Tecnobank, White Martins, MRN e Vale, entre outros.
Minas Gerais, Bahia e Pará são os estados atendidos pela instituição, que nos próximos anos pretende ampliar sua atuação pelo Brasil. A De Peito Aberto possui mais de 100 colaboradores distribuídos entre os escritórios de Minas Gerais (Belo Horizonte), Bahia (Lauro de Freitas) e Pará (Barcarena).
