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Copa do Mundo Feminina: conheça a campanha da Espanha até a final inédita

Espanha e Suécia se enfrentarão neste domingo (20), às 7h (de Brasília) pela final da Copa do Mundo Feminina

Seleção Espanhola classificada para a final

De forma inédita, a Espanha conquistou uma vaga na final da Copa do Mundo Feminina nessa terça-feira (15) ao eliminar a Suécia por 2 a 1 na semifinal. A decisão será disputada neste domingo (20), às 7h (de Brasília), contra a Inglaterra, no Accor Stadium, em Sydney, na Austrália.

As atacantes Jenni Hermoso e Alba Redondo, além da meio-campista Aitana Bonmatí, são as artilheiras do time na competição com três gols cada uma. Salma Paralluelo, jovem de 19 anos e destaque da Seleção Espanhola no torneio, aparece logo em seguida com dois gols.

Alexia Putellas, eleita a Melhor Jogadora do Mundo pela FIFA nos dois últimos anos, era uma das promessas da Espanha para a Copa de 2023. Até então, a meia-atacante jogou 210 minutos em seis partida - uma média de 35' por jogo. Apesar de não ter marcado nenhum gol, Putellas contribuiu com uma assistência.

Veja a trajetória da Espanha fase a fase

Fase de grupos

Na etapa inicial, as espanholas estavam no grupo C, composto também por Japão, Zâmbia e Costa Rica. As três partidas foram disputadas na Nova Zelândia, sendo a primeira e a terceira no Wellington Regional, em Wellington, e a segunda no Eden Park, em Auckland.

Na estreia, a Seleção Espanhola dominou a Costa Rica e venceu por 3 a 0. A primeira partida terminou com 81% de posse de bola para as espanholas, e apenas 19% para as adversárias. Ademais, as europeias finalizaram 46 vezes contra apenas uma das costa-riquenhas.

No segundo jogo, a Zâmbia foi o alvo de mais um placar elástico. Nesta ocasião, a Espanha venceu por 5 a 0, e mais uma vez dominou a posse de bola - 76% contra 24%.

Entretanto, na última partida tomou uma goleada por 4 a 0 para o Japão. Mesmo assim, criou superioridade no tempo com a bola com 78% de posse, contra apenas 22% das japonesas.

Com duas vitórias e uma derrota, as espanholas fecharam a fase de grupos no segundo lugar do grupo C, com seis pontos.

Oitavas de Final

Na primeira etapa mata-mata, a Espanha aplicou mais uma goleada. Dessa vez, a Suíça saiu derrotada por 5 a 1, no Eden Park, em Auckland, na Nova Zelândia.

Com um ataque muito incisivo, as espanholas finalizaram 26 vezes, contra apenas duas tentativas das adversárias. Na posse de bola, a Espanha foi superior mais uma vez - 70% contra 30% da Seleção da Suíça.

Quartas de Final

Nas quartas, a Seleção Espanhola venceu a Holanda por 2 a 1, no Wellington Regional, em Wellington. Salma Paralluelo saiu do banco para marcar o gol decisivo na prorrogação.

Semifinal

Em um jogo emocionante, as espanholas venceram a Suécia por 2 a 1 e confirmaram a vaga na final da Copa do Mundo Feminina pela primeira vez na história.

Os três gols da partida foram marcados nos últimos 10 minutos, e novamente, a atacante Paralluelo, de 19 anos, foi crucial. A jogadora entrou no lugar da estrela Alexia Putellas para abrir o placar que classificou a Espanha para a final. A capitã Olga Carmona desempatou no último minuto.

Clima ruim nos bastidores

Durante a Copa do Mundo Feminina de 2023, a comemoração das jogadoras espanholas chamaram atenção dos internautas. Ao vencerem as partidas, as atletas comemoravam apenas entre si, sem cumprimentar a comissão técnica. De acordo com a mídia espanhola, as desavenças já existiam há mais de um ano.

Em setembro de 2022, foi divulgado por diversos veículos esportivos uma carta direcionada à Federação Espanhola, escrita por 15 jogadoras, que pediam melhorias estruturais na seleção. O documento tinha revelações sobre o ambiente desagradável nos bastidores, além de críticas sobre o método de treinamento utilizado pelo técnico Jorge Vilda. As atletas ainda deram um ultimato: se o comandante não fosse demitido, as 15 jogadoras não defenderiam mais a Seleção Espanhola.

A Federação expôs a carta para mídia e desagradou as atletas. “A RFEF não vai permitir que as jogadoras questionem a continuidade do treinador e de sua comissão técnica, pois tomar essa decisão não está dentro de suas responsabilidades”, declarou a entidade em comunicado oficial. As jogadoras se defenderam ao falar que não tinham pedido a demissão do técnico, e sim uma reestruturação.

Para a Copa do Mundo, das 15 atletas que assinaram o documento, apenas três integram o elenco. “Essa confusão foi montada por interesses. Isso é um absurdo a nível mundial. A minha solução diante do que aconteceu é divulgar essa lista e olhar adiante. Tenho de convocar jogadoras que estejam 100% com esta seleção”, disparou o técnico.

Jorge Vilda está a frente da Seleção Espanhola há oito anos.

Graduada em Jornalismo pela PUC Minas e repórter do portal Itatiaia Esporte. Cobre outras modalidades, especialmente vôlei.