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Copa do Mundo: estádios do Catar têm grama com origem brasileira e é irrigada com água do mar

Geneticamente modificada, grama Platinum TE Paspalum é uma modificação de uma gramínea encontrada nos estados litorâneos do Brasil

Grama geneticamente modificada nos estádios da Copa do Mundo do Catar possui adaptações para o clima desértico

Os estádios da Copa do Mundo do Catar têm grama geneticamente modificada a partir de uma planta originária do Brasil. A espécie Platinum TE Paspalum foi desenvolvida pelos Estados Unidos em 2005 e tem origem na gramínea brasileira Paspalum Vaiginatum. Além disso, os gramados de cinco dos oito estádios foram instalados por uma empresa do Brasil.

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A espécie modificada possui vantagens quando comparada às gramas comuns. Ela não suporta muita umidade, é resistente a altas temperaturas e pode ser irrigada com água do mar, características que facilitam a sobrevivência nas condições climáticas do Catar.

Já a espécie originária Paspalum Vaginatum pode ser encontrada em estados do litoral brasileiro, como Espírito Santo, Bahia, Santa Catarina, Maranhão e Pará, além de alguns estados interioranos como Goiás e Mato Grosso do Sul. Ela também pode ser achada no continente africano e na Austrália.

Condições de plantio e exportação

Em entrevista ao portal “G1", Flávio Piquet, sócio da empresa Greenleaf, que instalou a grama nos cinco dos oito estádios da Copa do Mundo, explicou o processo de plantio da espécie. As mudas foram plantadas nos Estados Unidos e levadas em caixas de papelão em um avião refrigerado.

Além dos cuidados iniciais, Piquet também explicou que a gramínea deve ser plantada em areia pura, devido a pouca resistência à umidade e à vulnerabilidade a fungos. De acordo com ele, o ambiente para o crescimento da grama precisa ser controlado, da forma da irrigação à adubação e à frequência de luz artificial necessárias para o desenvolvimento da espécie.

(Sob supervisão de Lara Alves)

Ana Luisa Sales é jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia desde 2022, já passou por empresas como ArcelorMittal e Record TV Minas. Atualmente, escreve para as editorias de cidades, saúde e entretenimento