Enviados especiais a Doha - Eram pouco mais de 17h, com o céu já escuro e lua cheia quando os reservas de Tite entraram no gramado do Grand Hamad Stadium, local de treinamentos da Seleção no Catar, nesta terça-feira (6). O dia seguinte à goleada de 4 a 1 sobre a Coreia do Sul, que coloca o Brasil nas quartas de final da Copa 2022, onde encara a atual vice-campeã mundial Croácia, nesta sexta-feira (9), às 12h (de Brasília), no Education City, foi marcado por uma atividade em leve, em campo reduzido, com quatro gols.
Tinha início efetivamente a preparação para o Brasil encarar um adversário europeu pela terceira vez neste Mundial, num intervalo de apenas 15 dias, situação totalmente oposta à vivida pelo time de Tite no ciclo entre as Copas de 2018, na Rússia, e 2022, no Catar.
O grande problema da Seleção Brasileira no período entre os dois Mundiais, todo ele com Tite no comando, foi justamente a falta de confrontos contra europeus, que dominam a Copa do Mundo neste século pois levantaram a taça nas últimas quatro edições, pois a Itália foi campeã em 2006; a Espanha, em 2010; a Alemanha, em 2014; e a França, em 2018.
E de agora em diante, dependendo do andamento do chaveamento, o Brasil pode ter uma mini Eurocopa pela frente. Se passar pela Croácia, pode encarara nas semifinais a Holanda, se ela eliminar a Argentina. Avançando para a disputa do título, dificilmente deixará de encarar um europeu na batalha pela taça.
Ciclo
Quando entrou em campo para encarar a Sérvia, em 24 de novembro, a Seleção interrompeu uma sequência de três anos e nove meses sem jogar contra um adversário europeu. A última partida tinha sido em 26 de março de 2019, uma vitória por 3 a 1 sobre a República Tcheca, em amistoso disputado em Praga.
No um ano e nove meses que teve antes da Copa do Rússia, Tite fez cinco amistosos contra europeus, o mais importante deles contra a Alemanha, na época campeã mundial, e que foi superada por 1 a 0, em Berlim.
A eliminação nas quartas de final, diante da Bélgica, o quinto fracasso seguido em mata-matas diante de europeus nas últimas quatros Copas, reforçou o trauma em relação aos times do Velho Mundo.
Os caminhos percorridos e o futebol apresentado até agora no Catar fazem do Brasil o favorito diante dos croatas. E isso seria fundamental, pois superar o trauma europeu é um passo importante para o hexa.