Enviados especiais a Doha, no Catar - A Seleção Brasileira se classificou com uma rodada de antecipação às oitavas de final e encara Camarões nesta sexta-feira (2), às 16h (de Brasília), no Lusail Stadium, precisando apenas de um empate para garantir o primeiro lugar do Grupo G sem se preocupar com o resultado da Suíça diante da Sérvia, no mesmo horário, no 974 Stadium. Apesar disso, Daniel Alves, entrevistado desta quinta-feira (1), no Centro Internacional de Mídia, em Doha, falou em pagar a conta.
Convocação mais polêmica de Tite, não só pela idade, já que completou 39 anos em maio e será o jogador mais velho a defender a Seleção em Copas diante dos camaroneses, mas principalmente pela inatividade em seu clube, o Pumas, do México, o lateral-direito afirmou ser uma espécie de “bode expiatório” da vez.
“Historicamente na Seleção alguém sempre teve que pagar a conta. Todos os jogadores são de grandes clubes da Europa e sou o único que não estou lá. Estivesse no Barcelona, talvez não fosse contestado. É uma coisa que me incomoda, mas não me afeta. As pessoas falam de mim sem conhecer minha dedicação. É fácil para elas fazerem isso, mas prefiro ir para outro caminho”, afirmou o jogador.
A partir daí, o experiente jogador explicitou o que o trouxe ao Catar. Com um discurso de liderança, bem ao estilo que todo treinador gosta, principalmente Tite, que dá muito valor ao lado motivacional, Daniel Alves destacou sua batalha para estar na sua terceira Copa do Mundo.
“A vida me ensinou que quando você coloca a sua mente naquilo que você quer, quando coloca trabalho, dedicação, ela te leva a lugares inimagináveis. E é o que ela está me proporcionando. Participar dessa viagem, que tenho certeza será única. São 16 anos de Seleção. A vida sempre premia quem ama o que faz, quem se entrega de corpo e alma na sua missão. Minha história na Seleção sempre foi essa. Estou colhendo o que plantei. É normal que as pessoas contestem pela idade, mas a Seleção não é só estar melhor no seu clube, mas na Seleção”, garante o experiente lateral.
Esse tipo de postura, de chamar a responsabilidade, a pressão, é sem dúvida uma estratégia da comissão técnica, que precisa trabalhar e preservar os vários garotos que Tite trouxe a Catar num grupo em que 16 dos 26 jogadores nunca participaram de uma Copa.