Enviados especiais a Doha, no Catar. É impossível tirar de Neymar, que não joga mais a fase de grupos da Copa de 2022 por uma lesão no tornozelo direito, a condição de principal jogador da Seleção Brasileira. Mas internamente, definir o substituto de Danilo, que também lesionou o tornozelo, mas o esquerdo, é uma tarefa mais difícil para Tite no que se refere a administração de grupo.
Os dois jogadores se machucaram nos 2 a 0 sobre a Sérvia, na última quinta-feira (24), na estreia do Brasil no Mundial do Catar.
E um dificultador é o tempo, que é curto. Entre o confronto com os sérvios e a partida diante da Suíça, na próxima segunda-feira (28), às 13h (de Brasília), no 974 Stadium, pela segunda rodada do Grupo G, o único treinamento será no final da tarde deste sábado (26), no Grand Hamad Stadium, que foi transformado em CT da Seleção em Doha. A atividade será fechada para a imprensa.
Danilo tem um substituto imediato, o veterano Daniel Alves, sem dúvida a convocação mais polêmica de Tite, não só pelos 39 anos, mas principalmente pela inatividade. No dia da estreia contra a Sérvia ele completou dois meses sem disputar uma partida oficial pelo seu clube, o Pumas, do México.
A outra opção para a lateral direita é escalar o zagueiro Éder Militão, que já jogou na posição e se destacou no São Paulo exercendo essa função, que já exerceu também no Porto, de Portugal, e no Real Madrid, da Espanha, seu clube atual.
Colocá-lo na vaga de Danilo não chega a ser uma improvisação, pois além de clubes ele foi escalado na função pelo próprio Tite.
No penúltimo amistoso do Brasil antes da Copa do Mundo, um 3 a 0 sobre Gana, em 23 de setembro, em Le Havre, na França, Éder Militão jogou o tempo todo como lateral-direito, numa partida em que Marquinhos e Thiago Silva formaram a zaga e Alex Sandro atuou pela esquerda.
Em outros momentos, durante jogos, Militão substituiu laterais de Tite, e dos dois lados, isso sempre com Danilo, que joga também pela esquerda, em campo.
Apesar de todas as credenciais de Éder Militão para ocupar a vaga de Danilo, sendo essa a opção de Tite, a polêmica sobre a convocação do veterano Daniel Alves irá retornar, sem contar a questão interna que o treinador e sua comissão técnica terão de administrar.
Três opções para a vaga de Neymar
Para a vaga de Neymar as opções de Tite não são apenas mais variadas, podendo até mexer no esquema tático da Seleção, mas também menos polêmica.
Se preferir um time com mais força defensiva, a opção deve ser Fred formando dupla de volantes com Casemiro, o que permitiria a Lucas Paquetá jogar mais avançado, formando o quarteto ofensivo com Raphinha, Richarlison e Vinícius Júnior.
Outro volante que briga pela posição de Neymar é Bruno Guimarães, sendo que a sua entrada representa a mesma coisa do ponto de vista tático em relação a opção por Fred, que larga na frente por ter sido usado no segundo tempo da vitória sobre a Sérvia.
Para manter a mesma formação tática da estreia, com um time extremamente ofensivo, Tite deve optar pelo garoto Rodrygo, que entraria para fazer a mesma função de Neymar.
Uma terceira possibilidade, que é intermediária, entre um volante ou um atacante no lugar do camisa 10, é a entrada do meia Everton Ribeiro, que poderia fazer um revezamento com Lucas Paquetá na função de segundo homem de meio-campo e de encostar no trio ofensivo.
Assim como na estreia, quando não revelou seu time com antecedência, Tite deve fazer mistério sobre os dois novos jogadores que vai lançar contra a Suíça. A diferença é que dependendo da escolha para a lateral direita, haverá algo a administrar.