Ouvindo...

Jogador de basquete do Minas é suspenso pelo STJD após acusação de racismo

Nicolás Copello, armador argentino de 31 anos, foi acusado pelo também armador Matheus Buiú, do Cerrado, de insulto racista em jogo do NBB

Nicolás Copello, armador argentino do Minas

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD/LNB) para jogos do NBB suspendeu, nesta quarta-feira (20), o armador argentino Nicolás Copello, do Minas, por dez jogos após o jogador ser acusado de proferir insulto racista. O atleta, de 31 anos, também foi condenado a pagar multa de R$ 8 mil. O clube minastenista vai recorrer da decisão, favorável à condenação por três a dois.

Copello foi acusado pelo ato racista em 6 de dezembro, durante jogo do Minas contra o Cerrado, na Arena UniBH, em Belo Horizonte, pela oitava semana da fase classificatória do NBB. Armador do time visitante, Matheus Buiú acusou o argentino de ter o chamado de “negro de m*” e, na sequência, registrou boletim de ocorrência.

O armador argentino, que nega a acusação de Buiú, foi julgado por “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça” (artigo 243-G) e pegou o gancho máximo. O fim do jogo foi marcado por confusão por conta da acusação.

Desde o caso, Copello não atuou pelo Minas por “não apresentar condições emocionais para entrar em quadra”. Foram dois jogos, com uma derrota para o Corinthians e uma vitória sobre o Pinheiros.

Outras decisões

Outras partes foram julgadas sobre o caso por conta da confusão. O pivô Ítalo Honorato, do Cerrado, foi suspenso em um jogo, mas a pena foi convertida em advertência.

Já o ala Gemerson Barbosa, do Minas, foi absolvido. Eles responderam por “participar de rixa, conflito ou tumulto, durante a partida, prova ou equivalente” (artigo 257). O jogador do Cerrado também foi julgado por “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras” (artigo 258).

O Minas foi condenado a pagar R$ 1 mil por “deixar de cumprir, ou dificultar o cumprimento de obrigação legal de regulamento, geral ou especial, de competição”.

Manifestações

À época, o Cerrado repudiou o caso e cobrou punições. “Antes de compartilharmos o resultado do recente jogo do Cerrado Basquete na NBB, é crucial expressar nosso veemente repúdio diante do lamentável episódio de racismo enfrentado por nosso atleta, Matheus Santos, carinhosamente conhecido como Buiú”, escreveu o clube, nas redes sociais.

“As injúrias raciais proferidas durante o último jogo são inaceitáveis. As medidas legais cabíveis serão imediatamente acionadas junto à Liga da NBB. Reiteramos de maneira enfática que aqui, no Cerrado Basquete, não toleramos e repudiamos qualquer forma de racismo”, completou.

O Minas também se manifestou na ocasião. “Em relação à denuncia de racismo durante o jogo entre Minas e Cerrado, realizado nesta quarta-feira (6/12), na Arena UniBH, pelo Novo Basquete Brasil - NBB CAIXA, o Minas informa que não tolera e repudia todo e qualquer tipo de preconceito”, divulgou o clube.

“O Clube está apurando os fatos e se coloca à disposição para contribuir com as investigações. Reitera ainda que, como referência no cenário esportivo e na formação de atletas e cidadãos, sempre se pauta em valores e princípios do esporte e da educação, com cidadania e respeito”, completou.

NBB

O Minas voltará à quadra às 19h desta quarta. O time minastenista receberá o Brasília na Arena UniBH, pela décima semana do NBB. Já o Cerrado vai duelar com o São Paulo, às 19h desta quinta-feira (21), em casa, no Ginásio da ASCEB, em Brasília, também pela liga nacional.

Matheus Muratori é jornalista multimídia com experiência em muitas editorias, mas ama a área esportiva. Faz cobertura de futebol, basquete, vôlei, esportes americanos, olímpicos e e-sports. Tem experiência em jornal impresso, portais de notícias, blogs, redes sociais, vídeos e podcasts.