A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora dos livros premiados e palestras-fenômeno no Ted Talks - “O perigo de uma história única” e “Sejamos todos feministas” - lança nesta semana um novo romance: “A Contagem dos Sonhos”. São quase 12 anos de hiato, já que o último romance, “Americanah”, chegou ao público em 2013. Na época, o volume recebeu o prestigiado “US National Book Critics Circle Award”.
O vídeo “O perigo de uma história única” se tornou um dos mais acessados na plataforma Ted Talks, com quase 40 milhões de visualizações, assim como “Sejamos todos feministas” que chegou a mais de 5 milhões de acessos. Ambas as palestras foram publicadas como livro de ensaios.
Chimamanda é uma escritora que utiliza a ficção como veículo para abordar questões relacionadas à história, ao feminismo e ao anti-racismo. Ela também é a autora de “Notas sobre o luto”, uma obra autobiográfica sobre a experiência da perda do pai durante a pandemia de Covid-19.
Ficção para pensar a realidade
Em “A Contagem dos Sonhos” vamos acompanhar a história de Chiamaka, uma escritora de livros de viagem que vive nos Estados Unidos. Sozinha durante a pandemia, ela relembra os relacionamentos do passado e pondera sobre suas escolhas e arrependimentos. Além de Chiamaka, o livro trata de mais três mulheres: Zikora, amiga de Chiamaka; Omelogor, prima da protagonista, e Kadiatou, empregada de Chiamaka.
Chimamanda tece as relações entre essas personagens da ficção e o que vêm à tona é uma leitura que pode se traduzir em um panorama mais amplo para análise da nossa realidade. Algo que também é possível notar no trabalho de escritoras emblemáticas que também trabalham com o universo ficcional como Octavia Butler, Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves.