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Advogada de Deolane Bezerra, ex-BBB teria usado mais de 540 CPFs para cometer golpes

Em 2 anos, grupo criminoso teria movimentado mais de R$ 2 bilhões; entenda esquema

Advogada Soares integrou o BBB 16

Advogada de Deolane Bezerra, a ex-BBB Adélia Soares teria ajudado um grupo chinês a operar jogos ilegais no Brasil. Dentro do período de 22 de setembro de 2022 e 23 de julho de 2024, o grupo teria movimentado mais de R$ 2 bilhões. A advogada foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa. Deolane não é citada no inquérito.

A investigação começou no Distrito Federal após um funcionário da limpeza de uma delegacia ser vítima de golpe. Na ocasião, a quantia de R$ 1,8 mil foi transferida para Playflow - o documento da Junta Comercial de São Paulo aponta Adélia como administradora e representante legal desta empresa no país.

Após denúncia, a polícia descobriu o “caminho do dinheiro”. “Para uma empresa estrangeira funcionar no Brasil há uma série de regulamentações. O contrato precisa ser traduzido por tradutor juramentado, apostilamento da Haia, nada disso foi feito. É uma empresa ideologicamente falsa”, explica o delegado Erick Sallum ao Fantástico desse domingo (15).

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A PlayFlow possui sociedade com a Peach Blossom River Technology Ltda, com sede nas Ilhas Virgens Britânicas.

Como o esquema funcionava

A vítima entrava em um site de apostas e, para jogar, ela fazia um pagamento via pix para a PlayFlow. Em seguida, o valor era enviado para uma instituição de pagamento, que encaminhava para uma casa de câmbio e depois para fora do país.

Para isso, era necessário CPFs brasileiros. O grupo criminoso usava dados de pessoas que já morreram, de crianças e de pessoas que não existem.

“Detectamos cerca de 546 CPFs falsos”, explica o delegado responsável pela investigação.

O grupo de chineses foi intimado e, conforme a conversa obtida pelo Fantástico, eles confirmam o envolvimento da advogada no esquema. “Nós contatamos um escritório de advocacia no Brasil. O nome da advogada é Adélia, ela irá entrar em contato com você", diz um trecho.

Após 30 minutos, a advogada entra em contato com o delegado, onde nega ser dona da empresa. Na ocasião, ele a questiona sobre a informação que consta na Junta Comercial de SP e ela não responde mais as mensagens.

“Uma vez que ela foi confrontada com essa informação, ela passou a falar que nem conhecia os chineses, entrando em contradição com a própria mensagem anterior”, destacou.

A Justiça Federal irá investigar se Adélia recebeu dinheiro proveniente dos jogos ilegais. Em nota divulgada, a advogada diz que as acusações “são infundadas e resultam de um golpe praticado por terceiros, que utilizaram seu nome de forma indevida e criminosa”. Ela alegou ainda ter tomado providências legais cabíveis.


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Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.