Ouvindo...

Cid Moreira faz 96 anos, chama atenção por lucidez e relembra fala polêmica de William Bonner

Jornalista figura até hoje como o âncora que ficou mais tempo em um telejornal pelo Guinness Book

Cid Moreira à frente do JN/ Cid Moreira atualmente em entrevista com o ‘Encontro’

O jornalista Cid Moreira completa 96 anos nesta sexta-feira (29). Durante participação no “Encontro com Patrícia Poeta”, a “voz da Bíblia” falou sobre passagens no Jornal Nacional, Fantástico e recebeu homenagens de William Bonner, Leilane Neubarth e Léo Batista. Na ocasião, ele, que ficou nitidamente emocionado, brincou que só iria “chorar depois”.

Cid ainda é detentor do título - registrado no Guinness Book - de jornalista que ficou mais tempo comandando um telejornal. Ele ficou à frente do maior jornalístico da Globo entre 1969 e 1996, ou seja, por 27 anos. Vale destacar que Cid fez parte da primeira equipe que comandou o programa.

📲 Já se inscreveu no canal da Itatiaia no Whatsapp? Clique aqui e receba as principais notícias do dia. 🤳🏼

⚠️ Os grupos e comunidades da Itatiaia serão desativados em breve. Por isso, se inscreva no canal pra ficar sempre atualizado.⚠️

“Eu gosto de tudo que eu faço, quando eu tô fazendo. Depois que eu deixo de fazer eu tenho que me conformar”, comentou em entrevista com Patrícia Poeta. Ele recorda: “Fui para a Globo em maio e, em setembro, foi para o ar o jornal”.

No dia da estreia, ele relembra: “Estava naquela correria, corre pra lá e corre pra cá”.

“Quando começou o JN, duas semanas depois, alguém sugeriu não dar só notícias tristes e graves, como algo hilariante. Então eu comecei a fazer e foi um sucesso, mas depois comentaram que estavam ‘avacalhando’ o jornal e pararam”, recorda.

Na ocasião, ele contou que não sentia frio na barriga ao apresentar o jornal e explica o motivo. Cid trabalhou em rádio por muito tempo e, mesmo com a cabine pequena, ele recebia visitantes na emissora. “Quando pintava alguém eu começava a tropeçar, ficava gago”, conta. Mas, com o JN foi diferente. “Não ficava pensando nos milhões de pessoas que assistiam o jornal. Só via a câmera e não tinha mais nada”.

Sobre o último boa noite, ele confessa: “Me senti triste, mas sabe que me deram uma raquete de tênis?Tentei jogar por muito tempo e desistir”, conta enquanto exibe o presente.

Ele também explicou o que faz para manter a voz imponente. A dica, segundo ele, foi da cantora Elizeth Cardoso (1920-1990). Ela ensinou Cid a mastigar cravo da índia. “Hoje eu uso com mais frequência gengibre”, comenta o jornalista, que demorou sete anos para gravar a Bíblia toda.

Ainda em entrevista, Cid relembrou a morte da filha Jaciara ocorrida em 2020. Ela morreu de enfisema pulmonar. “Ela poderia ser uma grande apresentadora. Mas a droga... surgiu a droga e ela não conseguiu”, comentou Cid.

Atualmente, Cid trabalha como influenciador digital. “Na vida você tem que se dedicar a alguma coisa. Eu acho que o trabalho dignifica”. O maior desejo dele de aniversário é: “Ter saúde. Manter a saúde numa boa, fazendo minhas aulas, meus exercícios e tal”.

Cid faz revelação sobre Bonner

Pouco depois, Patrícia Poeta surpreendeu Cid com homenagens de William Bonner, Leilane Neubarth e Léo Batista, e um comentário sobre o atual âncora do Jornal Nacional chamou atenção.

“Não basta ter voz, tem que saber usar a voz. O Sidney é um mestre disso para todos nós. Além de tudo, ele como colega de trabalho é uma figura adorável. Eu tive essa felicidade de poder apresentar uns telejornais ao lado dele, como interino, substituindo Sérgio Chapelin com quem ele fez a maior e melhor dupla do telejornalismo brasileiro [...] É uma referência inatingível”, diz Bonner.

Logo, Cid revela: “Sabe que quando ele assumiu eu falei: ‘você tem tudo para bater o meu recorde’. Ele: ‘não me deseje esse mal”.

Depois, Leilane Neubarth explica que Cid é uma inspiração para ela. “Você é nosso farol, nossa inspiração, nosso mestre maior, quantas vezes te encontrei no corredor, a gente ria e conversava. E quantas vezes te via de longe te vendo trabalhar e aprendia com você".

Por fim, Léo Batista comenta: “Que vozeirão. Parabéns, que Deus te abençoe e que continue vivendo tranquilamente. Foi uma honra, um prazer trabalhar com o Sidney, uma pessoa tranquila [...] Desejo que viva a muitos anos e me dê o prazer e a honra da sua amizade”.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.