Ouvindo...

Filhos de MC Marcinho lamentam morte do pai: ‘não sei como vai ser agora’

Márcio André e Marcelly Garcia recordaram de momentos com o pai e falaram sobre o legado dele

Marcelly Garcia e Márcio André são filhos de MC Marcinho

Filhos de MC Marcinho se despedem do pai neste domingo (27) no Rio de Janeiro. Às 14h, o corpo do cantor irá para a cremação. Márcio André e Marcelly Garcia, mais conhecida como Mareé, falaram sobre a relação com o pai, a importância dele para a música e também a falta que ele irá fazer não só para a família, mas para todos os fãs e amigos.

“Eu acho que ele é a pessoa mais guerreira que eu conheci, sabe? Vim da onde que ele veio, viver a vida que ele viveu e depois sorrir. É uma inspiração para mim. Ao longo do tempo, eu como filho, inconsequente às vezes, não tinha tanto uma relação com meu pai. Mas eu comecei a trabalhar com ele, vi a luta que era subir no palco”, começou Márcio.

“Às vezes, às 14h ele estava no hospital vendo o pé, sem conseguir andar, chorando, tendo crise de ansiedade, mas às 22h30 subindo no palco, fazendo show para tantas pessoas que nem sabiam a dor que era tá em pé cantando, mas ele estava com o sorriso no rosto, levando alegria para todo mundo. Não é uma perda só pra mim, eu entendo isso”, continua.

Leia também:

Marcinho se expressava de várias formas, sendo a música uma delas, e isso foi lembrado pelo filho. “Hoje, como homem negro, posso expressar meu amor sem ser julgado. Não preciso ser fechado, estar com a cara fechada, porque simplesmente o meu maior exemplo de homem sabia se expressar, não tinha medo”, comenta.

Sobre o apoio, ele declara: “É muito bom saber que tem alguém ali, porque se fosse como uma família normal nós estaríamos vivendo o nosso luto, chorando à beça, mas saber que tem tanto apoio, tanta gente amável, meu pai cultivou isso. Nunca vi meu pai ser mal com alguém. Então eu entendo o amor que todo mundo sente, a tristeza, porque foi uma perda terrível”.

Além dele, Mareé também conversou com a imprensa e comentou do que mais sentirá falta do pai. “As brincadeiras, os conselhos. Meu pai era uma pessoa que eu realmente podia falar de amor, eu contava tudo para ele. Ele era o meu melhor amigo. Eu sentava e falava: ‘Pai, preciso conversar’. E o que vai me fazer mais falta é que, de fato, ele era a única pessoa que olhava no meu olho e falava: ‘Filha, vai passar’. E eu acreditava. Eu passei por vários processos de depressão e ele olhava para mim e falava: ‘Filha, vai passar’. Eu não vou ter mais esse olhar de ‘filha, vai passar’. Eu não sei como vai ser agora, mas eu sei que lá de cima ele vai olhar pra mim e eu vou acreditar que [ele estará dizendo] ‘filha vai passar’”.

Morte

Ícone do funk carioca, o cantor MC Marcinho morreu aos 45 anos nesse sábado (26) após dois meses internado no Hospital Copa D’or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A informação foi confirmada às 9h40 pela unidade de saúde.

“O Hospital Copa D’or confirma, com pesar, a morte da paciente Marcio André Nepomuceno Garcia na manhã deste sábado (26/8), às 9h10, em decorrência da falência múltipla de órgãos. O hospital se solidariza com a família e amigos por essa irreparável perda”, diz a nota.

O artista foi levado às pressas para a unidade de saúde no final de junho e, dias depois, submetido a uma cirurgia de implante de coração artificial. Desde julho, ele estava na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) à espera do transplante do órgão.

Na semana passada, o cantor apresentou piora no quadro clínico ao ter uma infecção generalizada, o que acabou impossibilitando o procedimento, já que o corpo dele não suportaria. Na sexta (25), o hospital informou que ele havia piorado consideravelmente e, no sábado, o falecimento do artista por falência múltipla de órgãos.

Com informações de Larissa Ricci

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.
Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.