Maiara, da dupla com Maraisa, anunciou através das redes sociais que está em tratamento para alopecia. A condição, que também atinge a irmã gêmea e companheira de palco da artista, é uma doença autoimune responsável por uma interrupção no ciclo de crescimento do cabelo, causando a queda dos fios.
O médico dermatologista Lucas Miranda, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que a doença tem dois tipos mais comuns: areata e androgenética. O primeiro causa quedas e falhas circulares no couro cabeludo ou pelo corpo. Já o segundo, também conhecido como calvície, pode levar a perda total e parcial dos cabelos, sendo mais comum entre os homens.
Qual a diferença entre alopecia areata e androgenética?
“A alopecia areata é uma doença inflamatória não contagiosa que provoca a queda de cabelo e envolve fatores diversos, como genética e participação autoimune. Há casos raros de alopecia areata total, com perda de todo o cabelo da cabeça; ou alopecia areata universal, em que os pelos de todo o corpo caem”, informou o médico. Considerando que com este tipo de alopecia os folículos pilosos não são destruídos, mas ficam inativos, os cabelos ainda podem crescer novamente.
Já a alopecia androgenética é uma perda permanente de cabelos. “Embora seja mais comum entre o sexo masculino – estima-se que 80% dos homens com mais de 80 anos sofram do problema – a alopecia androgenética também pode afetar as mulheres. A queixa mais frequente na alopecia androgenética é esse afinamento dos fios. Os cabelos ficam ralos e, progressivamente, o couro cabeludo mais aberto”, completou Miranda.
O que pode causar a alopecia?
As razões para o surgimento da doença são variadas e dependem do tipo. Alguns dos fatores destacados pelo médico são questões emocionais, doenças imunológicas (lúpus, vitiligo, entre outras), falta de vitaminas, e infecções causadas por fungos. Na alopecia areata, crises agudas podem surgir em períodos críticos de estresse. “Isso acontece porque o estresse impacta no funcionamento do sistema imunológico, intensificando a resposta autoimune do corpo, que gera a inflamação”, analisou.
O especialista ainda explicou que o fator genético pode ser a razão do desenvolvimento da doença que atinge as artistas. "[Genética] está entre os fatores que podem desencadear a alopecia. Porém, é uma doença multifatorial. Cada caso deve ser avaliado individualmente, pois pode haver outras causas que precisam ser investigadas e determinadas para tratamento adequado”, detalhou o membro da SBD.
Como a alopecia é tratada?
O dermatologista Lucas Miranda explicou que, por se tratar de uma doença inflamatória, as chances de controle são grandes. “Hoje em dia, existem diversos tratamentos para a alopecia areata. Medicamentos tópicos, como corticoides e minoxidil associados a soluções mais agressivas, como sensibilizantes ou corticoides injetáveis. Hoje em dia, existem diversos tratamentos para a alopecia areata. Medicamentos tópicos, como corticoides e minoxidil, associados a soluções mais agressivas, como sensibilizantes ou corticoides injetáveis”, destacou o especialista.
O médico ainda destacou que, apesar de não ser clinicamente grave, a doença tem grande impacto na saúde emocional do paciente por afetar a aparência e a autoestima. "É importante que o paciente procure se informar. Conhecer mais sobre o problema ajuda a compreender a evolução da doença e reduzir a ansiedade”, informou. Miranda ainda indica que maquiagens adequadas ao couro cabeludo podem minimizar a aparência de perda do cabelo, assim como perucas, chapéus e lenços.
“Independente dessas medidas, é muito importante reduzir o estresse, criar uma rotina de autocuidado, com atividades físicas, exercícios de respiração, o que for válido para ajudar a manter o estresse sob controle é importante”, aponta o especialista. Outra indicação dele é que pacientes diagnosticado com alopecia evitem automedicação e sigam as orientações dos dermatologistas com quem se consultam.