O pentacampeão mundial Rivaldo trabalhou com o técnico Carlo Ancelotti no Milan, quando jogou na Itália entre 2002 e 2004. Apesar de admirar o italiano, o ex-jogador não gosta da ideia de um treinador estrangeiro no comando da Seleção Brasileira.
Em entrevista exclusiva para a Itatiaia, por videoconferência, diretamente de Orlando, nos Estados Unidos, onde vive com a família há cerca de sete anos, o campeão mundial da Copa de 2002, na Ásia, gostaria de ver a manutenção de Fernando Diniz até o Mundial de 2026 na América do Norte, que terá sede compartilhada entre EUA, México e Canadá. Hoje o técnico se divide entre Fluminense e o Brasil.
“Eu sempre fui contra treinador estrangeiro na Seleção Brasileira. A Seleção foi cinco vezes campeã do mundo, não precisa que venha um estrangeiro para ser campeã novamente”, disse Rivaldo.
Após a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, em dezembro de 2022, Tite deixou o comando técnico da Seleção. Foi então que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, por meio de intermediários e, ao menos duas vezes, em conversas diretas, convidou o atual treinador do Real Madrid, Carlo Ancelotti, para ser o técnico da Seleção a partir de junho de 2024, quando acaba o acordo do italiano com o clube espanhol.
O aceno foi positivo, e já houve, inclusive, conversas sobre valores e tempo de contrato, até o fim da Copa do Mundo de 2026, prevista pra julho daquele ano. Mas nada foi assinado, até porque Ancelotti ainda mantém vinculo com o Real Madrid.
E alguém precisaria comandar o Brasil em seis jogos pelas Eliminatórias da Copa, entre setembro e novembro de 2023, e dois amistosos, em março de 2024. O escolhido foi Fernando Diniz, atual técnico do Fluminense, que aceitou um contrato curto, até junho do ano que vem, mantendo suas funções no clube do Rio. Por enquanto, foram dois jogos, e duas vitórias: 5 a 1 na Bolívia, em Belém, e 1 a 0 no Peru, em Lima. Mas, nos bastidores, da CBF, Ednaldo continua dizendo que Ancelotti será o treinador, independentemente do rendimento do Brasil nas mãos de Diniz.
“Ancelotti é um grande treinador, tive a sorte de pegar ele no Milan, mas acho que para a Seleção Brasileira é preciso uma pessoa que sinta mais o país, sinta essa emoção, e o Diniz é o treinador correto para essa campanha até a Copa, para chegar tranquilamente até 2026", avalia Rivaldo.
O ex-jogador de Santa Cruz, Mogi Mirim, Corinthians, Palmeiras, Barcelona, Milan, Cruzeiro, entre outros clubes, lembrou que, até o momento, Carlo Ancelotti jamais se pronunciou sobre treinar o Brasil. Até agora somente o presidente da CBF tocou no assunto, rapidamente, em uma entrevista à TV oficial da confederação.
“Falam muito que o Ancelotti acertou, mas não vi nenhuma declaração dele que se apresenta como técnico da Seleção. Acho que se o Brasil ganhar mais uns jogos, todos vão ficar felizes pelo trabalho do Diniz e ele será o treinador da Seleção nessa caminhada para a Copa de 2026", afirmou o pentacampeão, considerado por muitas pessoas o melhor jogador do Mundial do Japão e da Coreia do Sul, em 2002.
A Seleção volta a campo para mais dois jogos das Eliminatórias em outubro: dia 12 enfrenta a Venezuela, na Arena Pantanal, em Cuiabá, às 21h30 (de Brasília), e no dia 17 visita o Uruguai em Montevidéu, às 21h (de Brasília), pelas terceira e quarta rodadas.