A Polícia Federal detalhou em coletiva, nesta segunda-feira (24) na Zona Portuária do Rio, o
Marielle e Anderson foram assassinados em março de 2018, na região central do Rio, após um carro emparelhar com o veículo onde eles estavam e disparar 13 vezes.
Delação premiada de Elcio de Queiroz
A
“Antes do crime ele participa da manutenção do carro, da guarda do carro, da vigilância da vereadora. Imediatamente seguinte ao crime ele auxilia os executores a trocar as placas do veículo e a contactar a pessoa que foi responsável por se desfazer do carro. Posteriormente ao crime, Maxwell auxiliava, junto com Ronnie, na manutenção (financeira) da família do Elcio e da sua própria defesa. Ele vinha até recentemente auxiliando os executores a se eximirem do crime. Fora outros detalhes, Maxwell já tinha sido preso anteriormente por auxiliar o Ronnie Lessa a se desfazer das armas. Tudo isso demonstra que ele solto continuaria a se desfazer de provas”, disse o Promotor de Justiça Eduardo Martins.
Ronnie Lessa, que também está preso, é acusado de efetuar os disparos que atingiram a vereadora. No entanto, ele nunca confessou o crime. Em sua delação, Elcio também confirmou Lessa como executor. Segundo os investigadores, o principal motivo que levou Elcio a colaborar com a delação premiada foi a quebra de confiança que houve entre ele e Lessa. Isso porque Lessa teria afirmado a Elcio que não havia feito nenhuma pesquisa em nome de Marielle na internet, contradizendo a apuração dos agentes federais, que constataram a busca.
“Ronnie Lessa pesquisou o CPF da Marielle e de sua filha, Luyara, dois dias antes do crime. Esse fato ainda não tinha sido explorado, foi colhido pelo MP e quando apresentado ao colaborar de fato foi um incentivo para a sua colaboração”, afirmou o delegado de Polícia Federal Guilhermo Catramby.
O ex-bombeiro Maxwell Simões já tinha sido condenado em 2021 a quatro anos de prisão por atrapalhar as investigações sobre a morte da vereadora Marielle, já que ele teria ajudado Ronnie Lessa a jogar as armas do crime no mar. Além da prisão, sete mandados de buscas e apreensão foram cumpridos na operação de hoje. Armas, celulares, veículos e outros bens foram apreendidos.
Irmão de Ronnie Lessa é intimado a depor
Também na operação desta segunda-feira, Denis Lessa, irmão do ex-policial militar Ronnie Lessa, foi conduzido a sede da PF para prestar esclarecimentos. Segundo o delegado de Polícia Federal Guilhermo Catramby, Denis confirmou que recebeu, na casa da mãe deles, no Méier, zona norte do Rio, uma bolsa de Ronnie contendo itens utilizados no crime e que chamou um táxi para que Ronnie e Élcio Queiroz fossem à Barra da Tijuca, na zona oeste. Segundo os investigadores, no entanto, não há elementos que indiquem que ele sabia do conteúdo da bolsa.