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Uruguaios fazem festa em Doha na esperança de que Suárez e Cavani façam história e a Celeste balance a rede no Catar

Na véspera da decisão contra Gana, torcedores desfilaram pelo The Pearl numa espécie de ‘dança do gol’

Uruguai enfrenta a Gana em partida que vale a classificação para o mata-mata

Enviados especiais a Doha - Um boneco de Luís Suárez defendendo a finalização de Gana nas quartas de final da Copa de 2010, na África do Sul, em lance que acabou se tornando heroico, pois evitou o gol ganês na reta final do confronto e depois os uruguaios asseguraram a vaga nas semifinais nos pênaltis, é bem um retrato da Celeste Olímpica neste Mundial do Catar.

O adereço se destacava entre bandeiras do Uruguai num desfile da torcida celeste pelas ruas do The Pearl, um bairro novo de Doha e que foi construído para abrigar pessoas durante a Copa e principalmente estrangeiros que moram no país.

Ainda sem ter marcado gol no Catar, o time do técnico Diego Alonso encara a mesma Gana nesta sexta-feira (2), e embora o jogo seja pela última rodada do Grupo H, é decisivo assim como aquele de 12 anos atrás, quando eles brigaram por presença nas semifinais do Mundial da África do Sul.

E Suárez segue como personagem. Não só ele, como Cavani, seu companheiro de ataque por anos na Celeste Olímpica, única seleção que ainda não marcou gol aqui no Catar.

E os dois chegaram ao Mundial 2022 com muito o que buscar. Ambos balançaram as redes nas três Copas anteriores que disputaram. Suárez fez três gols em 2010, e dois em 2014 e 2018. Cavani marcou uma vez na África do Sul e Brasil e três na Rússia.

Os únicos sul-americanos a marcar gol em quatro Copas foram Pelé (1958, 1962, 1966 e 1970), e Messi (2006, 2014, 2018 e 2022). Portanto, a dupla de ataque uruguaia, uma das mais badaladas do futebol mundial neste século, tem a chance de igualar os dois gênios.

Além disso, Suárez é o segundo na lista dos goleadores uruguaios em Copas, com sete gols. À frente dele, apenas Oscar Míguez, campeão mundial em 1950, no Brasil, quando marcou cinco vezes, e que em 1954, na Suíça, balançou a rede em outras três oportunidades.

Histórico

Mas a vida não tem sido fácil para a dupla de ataque uruguaia, que inclusive não jogou junta ainda aqui no Catar, com certeza reflexo da idade, que já pesa. Na estreia, no 0 a 0 com a Coreia do Sul, Suárez, de 35 anos, deu lugar a Cavani, da mesma idade. Na derrota de 2 a 0 para Portugal, na segunda rodada do Grupo H, a situação se inverteu.

Diante dos ganeses, construção ofensiva é a obsessão uruguaia, que criou muito pouco até agora e precisa vencer para chegar às oitavas de final. E a esperança é de que Suárez e Cavani igualem Pelé e Messi. E de que o sonho dos torcedores, que desfilaram pelo The Pearl pedindo que a Celeste seja campeã mundial “como da primeira” siga vivo aqui no Catar.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro
Repórter do ‘Seu nome, seu bairro’ na Itatiaia.