Os sócios e administradores da empresa 123 milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira estiveram reunidos com a Secretária Nacional do Consumidor (Senacon) para discutir o ressarcimento dos clientes que tiveram pacotes da linha promocional cancelados. Ficou definido que na próxima reunião agenda para quinta-feira(14), a empresa apresente um plano de reembolso e todas as informações referentes aos prejuízos causados aos clientes.
Tudo que foi acordado entre a 123 Milhas e os clientes lesados até o pedido de recuperação judicial deve ser mantido pela empresa que elaborará um plano para apresentar a Senacon informando de que forma o dinheiro pela compra dos pacotes será devolvido. A condição de manter os acordos feitos foi a garantia da empresa para o pedido dos sócios de manter a 123 milhas em operação.
A empresa ainda precisa apresentar todas as informações referentes a vendas dos pacotes que foram cancelados, bem como número de consumidores lesados e valores a serem ressarcidos. A empresa não chegou a firmar acordo para devolução dos valores em dinheiro.
Segundo o secretário Wadih Damous, as ações de ressarcimento serão atendidas com base em critérios emergenciais - quando a finalidade da viagem for uma questão de saúde, por exemplo, tem prioridade sobre viagens de turismo.
A juíza Claudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, aceitou o pedido de recuperação judicial da 123 Milhas nessa quinta-feira (31). A a partir de agora, a empresa precisa apresentar um plano de recuperação e pelos próximos 180 dias não pode ter dívidas ou ações executadas em desfavor. A Justiça estima a existência de pelo menos 700 mil credores. As dívidas trabalhistas e com fornecedores têm prioridade. Os clientes que tiveram pacotes cancelados serão, portanto, os último a serem ressarcidos.
Além de cancelar os pacotes de viagem, a empresa demitiu funcionários e acumula dívidas que ultrapassam R$2,3 bilhões.
As passagens e pacotes flexíveis foram suspensos em 18 de agosto. A linha ‘Promo’, tinha valor reduzido por não ter datas definidas de ida e volta. A justificativa da empresa para os cancelamentos foram a taxa de juros elevada e passagens aéreas mais caras.