A situação financeira do Atlético, que tem dívida superior a R$ 1,5 bilhão, reflete diretamente na relação do clube no mercado da bola. Investidas futuras em possíveis reforços, inclusive, podem ser prejudicadas pela perda de credibilidade. A falta de pagamentos a empresários e clubes é um dos motivos.
Conforme apurou a Itatiaia, o Alvinegro não honra compromissos feitos com alguns agentes há cerca de 8 meses. Um deles, Diego Serrati, responsável pelo zagueiro Junior Alonso. Com ele, a dívida é referente à comissão da venda do paraguaio ao Krasnodar, da Rússia (em 2021), e também pelo empréstimo de 2022, quando o “xerife” retornou à Cidade do Galo ‘praticamente de graça’.
Ainda de acordo com apuração da reportagem, empresários do atacante Paulinho, contratado junto ao Bayer Leverkusen-ALE, e do zagueiro Bruno Fuchs, emprestado até o fim do ano pelo CSKA-RUS, também “seguem na fila” aguardando o pagamento das respectivas comissões.
Um outro exemplo é em relação à venda do volante Jair ao Vasco. O negócio foi de R$ 13,2 milhões por 80% dos direitos econômicos do jogador. Segundo o empresário Vinícius Prattes, nem ele e nem o atleta receberam o que foi acordado na negociação.
Outra dívida cobrada recentemente partiu do Independiente Del Valle, que acionou o Atlético na Fifa por não ter quitado a última parcela da compra do volante Alan Franco, atualmente emprestado ao Talleres, da Argentina. Ele foi comprado por cerca de R$ 12 milhões, em 2020.
André Cury
A maior dívida do Galo com empresários, como já é de conhecimento, é com André Cury. Só com ele, o montante é de aproximadamente R$ 75 milhões.
Com acordos feitos em gestões passadas, na contratação e venda de atletas, o reflexo caiu no colo da atual, que constantemente tem que lidar com bloqueios judiciais a pedido do agente. São mais de 30 processos em andamento.
Transformação em SAF
Em conversas em estágio avançado com o empresário norte-americano Peter Grieve, o Atlético corre contra o tempo para transformar a Associação em Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Internamente, esta é a única saída para quitar todas as dívidas e ainda ter fôlego para investimentos e, principalmente, para manter os gastos com o elenco principal. A folha salarial atual gira na casa dos R$ 12/13 milhões.