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América assina acordo com a Liga Forte Futebol e vai receber valor milionário

Negociação envolve diretos de TV e comerciais para investidores, que farão aporte milionário dividido entre os clubes

América fechou acordo com a Liga Forte Futebol

A Liga Forte Futebol (LFF) anunciou nesta sexta-feira (30) a finalização de um acordo para venda de 20% dos direitos de TV e comerciais para os investidores Life Capital Partners e Serengeti Asset Management. O América é um dos membros da LFF que assinou o acordo e teve como representante o diretor jurídico Henrique Saliba.

Pelo acordo, os investidores vão aportar R$ 2,3 bilhões nos clubes da LFF. Em contrapartida, receberão 20% das receitas comerciais geradas por este bloco de clubes no Campeonato Brasileiro pelos próximos 50 anos, a partir de 2025. Do valor negociado, o América vai receber R$ 116 milhões de adiantamento até 2025.

O pagamento desse adiantamento será feito em três parcelas: R$ 58 milhões este ano; R$ 29 milhões no ano que vem e mais R$ 29 milhões em 2025.

Adiantamento parcelado

Para facilitar investimentos imediatos dos clubes, a XP fará nos próximos dias um adiantamento de até R$ 500 milhões. O restante da 1ª parcela, totalizada em R$ 60 milhões, será repassado em 90 dias. No total, serão pagos 50% em 2023, 25% em 2024 e 25% em 2025.

Mais detalhes do acordo

Este acordo também selou o compromisso dos clubes da LFF em realizar, em qualquer cenário, a comercialização coletiva de seus direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2025.

Com o compromisso em vigor, a LFF e seus investidores iniciarão imediatamente o planejamento da comercialização dos direitos de transmissão desse Bloco Comercial para 2025 em diante. Nas últimas semanas, a LFF recebeu consultas de clubes interessados em se juntar ao projeto e permanecerá aberta à adesão de novos clubes até o início da comercialização dos direitos comerciais.

Valor previsto para cada clube no acordo feito pela Liga Forte Futebol
  • Internacional: R$ 218 milhões

  • Atlético: R$ 217 milhões

  • Fluminense: R$ 213 milhões

  • Athletico-PR: R$ 203 milhões

  • Coritiba: R$ 159 milhões

  • Goiás: R$ 152 milhões

  • Sport: R$ 139 milhões

  • Ceará: R$ 121 milhões

  • Fortaleza: R$ 121 milhões

  • América: R$ 116 milhões

  • Avaí: R$ 94 milhões

  • Chapecoense: R$ 94 milhões

  • Juventude: R$ 93 milhões

  • Atlético-GO: R$ 91 milhões

  • Criciúma: R$ 62 milhões

  • Cuiabá: R$ 57 milhões

  • CRB: R$ 43 milhões

  • Vila Nova: R$ 38 milhões

  • ABC: R$ 33 milhões

  • Londrina: R$ 33 milhões

  • Tombense: R$ 26 milhões

  • Náutico: R$ 10 milhões

  • Figueirense: R$ 8 milhões

  • CSA: R$ 5 milhões

  • Brusque: R$ 5 milhões

  • Operário: R$ 5 milhões

Liga Forte Futebol do Brasil (LFF)

A LFF atualmente é formada por 26 clubes: ABC, Athletico-PR, Atlético, América, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário-PR, Sport, Vila Nova e Tombense.

Esse bloco propõe que a diferença máxima entre o clube que mais recebe e o que menos recebe seja de 3,5x desde o princípio, sem um período de transição. No modelo final, essa diferença seria de 1,4x. Os blocos de repasse seriam os mesmos da Libra:

  • 45% da arrecadação dividia igualmente;

  • 30% conforme a performance da equipe;

  • 25% baseado em audiência.

Na simulação de divisões da LFF, o Flamengo (1º faturamento) faturaria R$ 225,46 milhões, enquanto o América (20º faturamento) receberia R$ 116,03 milhões – considerando os times da Série A – o que corresponde a 1,4x menos.

A longo prazo, a ideia da LFF é se aproximar de ligas já estabelecidas e mais igualitárias, sempre citando a Premier League. Isso porque o futebol inglês, desde a unificação em uma liga no começo dos anos 1990, trabalha com menor distanciamento entre as arrecadações – a proporção atual está em 1,5x.

Sobre a LCP - Life Capital Partners

A LCP é uma gestora independente de recursos com sede no Brasil, fundada pelos empreendedores e investidores Wilson de Lara, Carlos Gamboa e João Leitão. A empresa possui uma extensa experiência na indústria de investimentos alternativos e transações estruturadas no Brasil e em mercados internacionais, com foco em Sports Media, Real Estate e Private Equity.

Sobre Serengeti Asset Management

Fundada em 2007 por Jody LaNasa, a Serengeti Asset Management soluciona teses complexas por meio de estrutura e criatividade. A empresa administra capital para investidores institucionais, incluindo fundos de pensão, doação e grandes escritórios familiares, utilizando uma abordagem flexível, oportunista e orientada pelo valor aos investimentos.

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.