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Não cabia ironia na entrevista coletiva de Felipão após a derrota para o Palmeiras

Treinador mostrou impaciência em vários momentos do contato com os jornalistas no Mineirão

Coluna do Alexandre Simões

“Provavelmente então será rebaixado”. A tentativa de ironia de Luiz Felipe Scolari na entrevista coletiva após a derrota de 1 a 0 para o Palmeiras, na última quarta-feira (2), no Mineirão, ao ser questionado do fato de seu time ter apenas 15% de aproveitamento nas nove partidas sob seu comando é algo que não pode ser descartado.

Principalmente porque na mesma coletiva o treinador pentacampeão do mundo com a Seleção disse que o problema do time deve ser porque “o técnico é ruim”.

Não há espaço para ironia num momento como o que o Atlético atravessa. Pela campanha na Série A, a Libertadores é a única possibilidade do clube na temporada. E Felipão precisa buscar soluções para o confronto de volta contra o ainda mais favorito Palmeiras.

E dentro dessas soluções, passar confiança é fundamental. E foi justamente esse o ponto principal para que ele fosse o escolhido para a vaga de Eduardo Coudet, que tinha um desempenho como treinador muito superior, mas em compensação uma gestão de grupo desastrosa.

Mesmo que como ironia, dizer que o Atlético provavelmente será rebaixado ou que o técnico, no caso ele, é fraco, Scolari passa uma imagem de impaciência, desânimo, algo que é muito ruim num momento em que o Galo precisa se encontrar.

O treinador pode e deve questionar as perguntas de uma entrevista coletiva e colocar a sua opinião, mas neste momento a tentativa de ser irônico foi uma bola fora de Felipão.

Até porque, logo de cara ele mostrou o espírito que carregava na sala de imprensa do Gigante da Pampulha. Ao se irritar com o fato de acharem que seu time não é organizado, deixou a impressão de que chegou ao Mineirão apenas no intervalo. E foi justamente no primeiro tempo que o Atlético perdeu o jogo. E isso aconteceu porque em vários momentos estava desorganizado.

Na segunda etapa, o cenário mudou, com certeza por ação do técnico, que não é ruim, mas que vive na Cidade do Galo um dos grandes desafios da sua carreira.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro