Entre a grama e a grana, Eduardo Coudet segue sua saga no Atlético que tem o desafio de encerrar a sequência de quatro jogos sem vitória diante do Athletico-PR, neste sábado (29), às 21h, no Independência, pela terceira rodada da Série A.
Na última quarta-feira (26), o sufoco diante do Brasil-RS, que disputa a Série D, no empate por 1 a 1 no Bento Freitas, pela terceira fase da Copa do Brasil, escancarou a rotina a que o treinador está inserido na batalha de encontrar motivos para o futebol do seu time, um dos mais caros do País, estar longe do que se imaginava.
Já são quase quatro meses de trabalho e mais de um trimestre de jogos, pois a estreia alvinegra na temporada foi em 21 de janeiro, com um suado 2 a 1, com dois gols de pênalti de Hulk, diante da rebaixada Caldense. E o Galo 2023 segue como incógnita.
Em Pelotas, o treinador recorreu à grama para explicar o sufoco. Isso sem deixar de destacar o elenco curto, pois fez questão de falar dos 20 jogadores que tem no elenco, que na verdade conta com mais gente, se forem considerados os garotos que vieram das categorias de base.
De toda forma, esse ponto acabou se tornando o principal da relação entre Atlético e Coudet. Após a derrota de 1 a 0 para o Libertad, do Paraguai, em 6 de abril, no Mineirão, na estreia alvinegra no Grupo G da Copa Libertadores, o treinador rasgou o verbo.
Disparou contra investidores, diretoria e até jogadores, pois a justificativa para a derrota foi o elenco curto, pois os atacantes Ademir e Eduardo Sasha tinham sido liberados há pouco pelo clube para se transferirem para Bahia e Bragantino, respectivamente.
A entrevista do técnico criou um cenário de ruptura e ela só não ocorreu porque Coudet se agarrou ao contrato, de dois anos, que prevê como multa por quem o romper o pagamento integral dos valores. Naquele momento, isso significaria ao Atlético pagar quase R$ 25 milhões ao argentino.
Eduardo Coudet se desculpou no dia seguinte, em 9 de abril o tetracampeonato mineiro foi conquistado com um 2 a 0 sobre o América, com o Mineirão lotado, com dois gols de Hulk, e a impressão era de que o velho “vida que segue” entraria nessas história.
A partir daí, o Galo disputou cinco partidas e venceu apenas uma, por 2 a 1, de virada, sobre o Brasil-RS, que é da Série D, no Mineirão, com o gol da vitória marcado por Hulk, de pênalti, aos 40 minutos do segundo tempo.
A vaga nas oitavas da competição foi conquistada com o empate no gramado ruim do Bento Freitas. Entre esses dois jogos, o Atlético perdeu para o Vasco, no Gigante da Pampulha, pelo Brasileirão, para o Athletico-PR, adversário deste sábado, na Arena da Baixada, pela Libertadores, torneio onde o clube ainda não pontuou, e empatou com um abatido Santos, no último domingo (23), na Vila Belmiro.
Na grama do Independência, neste sábado, a expetativa é de que o time de Coudet possa dar um passo para encerrar a fase de resultados ruins. A produção foi boa em alguns jogos, abaixo do esperado, mas de toda forma o que o atleticano espera é muito mais do que desculpas.
Por mais que o treinador não tenha o grupo dos seus sonhos, em quantidade ou qualidade, a verdade é que de toda forma o Atlético tem elenco suficiente para brigar pelos três grandes títulos da temporada.
Para isso, é sim necessário que a bola possa rolar fácil na grama, até para que a sequência de Coudet na Cidade do Galo não tenha como motivo principal a grana que significa a ruptura do trabalho por parte do clube.