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Coudet tem o caráter cobrado por quem não tem coragem de assinar a cobrança

Recado por faixas vira uma marca da batalha política vivida por Atlético e Cruzeiro

Eduardo Coudet foi alvo de queixas anônimas da torcida

Rua dos Aimorés com Avenida Olegário Maciel. Uma faixa bem feita traz a afirmação: “Coudet, seja homem e abra mão da multa. Se não tem competência tenha caráter”. Não tem nenhum nome.

Sim, a faixa que cobra caráter do treinador atleticano, que tem um contrato de trabalho com o clube firmado pelas duas partes, não tem assinatura. O autor, ou os autores, se escondem no anonimato.

Há uma outra faixa que afirma: “26 milhões de multa é criminoso. Cadê a gestão profissional?”. Ela também não tem dono, ou nome.

É apenas mais um capítulo na história das faixas, que fazem parte do futebol mineiro nos últimos anos. Há poucos dias mesmo Belo Horizonte amanheceu com várias atacando dirigentes do Cruzeiro, associação, e cobrando dos gestores da SAF, na figura de Ronaldo.

No caso cruzeirense há questões importantes, como a cobrança do pagamento de ex-funcionários, pois segundo uma das faixas alguns deles estão passando fome, pois a associação não tem pagado as suas dívidas.

Outros pontos importantes são o pedido de transparência em relação ao processo de venda da SAF do clube. A cobrança por jogadores e títulos evidencia uma contradição, pois quem deve tanto, e a SAF tem participação na dívida, investir alto é manter a bola de neve que levou o clube à situação atual.

Independentemente de terem coerência ou não, de serem justas ou injustas, as manifestações são válidas. Mas o anonimato do autor ou autores, ou melhor, financiador ou financiadores, transforma as faixas apenas em objetos da briga política que tomou conta dos dois clubes.

E não colaboram com o processo, mas tumultuam. No caso de Coudet é válida a discussão em relação aos motivos que levaram o clube a colocar uma multa tão alta no contrato do treinador argentino, embora a explicação não deva fugir do fato de ele ter “abandonado” o Internacional em seu primeiro trabalho no Brasil, em 2020.

Mas quando a cobrança à diretoria é feita por uma faixa anônima, é fundamental se duvidar das intenções. Até porque, quem fez e cobra caráter de Coudet peca pela incoerência.

Alexandre Simões é coordenador do Departamento de Esportes da Itatiaia e uma enciclopédia viva do futebol brasileiro