Ouvindo...

Agressor de estudante de medicina será julgado por tentativa de homicídio nesta quinta (27)

Henrique, que tinha 22 anos na época do crime, trabalha atualmente como anestesista em hospitais da Grande BH e mantém viva a luta por Justiça; crime ocorreu em 2016

Henrique luta para agressor ser condenado

Após oito anos de espera, o suspeito de agredir o então estudante de medicina Henrique Papini, em frente à boate Hangar 677, vai sentar no banco dos réus. A Justiça marcou para esta quinta-feira (27) julgamento de Rafael Batista Bicalho. A boate, já extinta, ficava no bairro Olhos D'Água, região Oeste de Belo Horizonte.

Henrique, que tinha 22 anos na época do crime, trabalha atualmente como anestesista em hospitais da Grande BH e mantém viva a luta por Justiça.

Em entrevista à Itatiaia no início do mês, Henrique conta que as agressões deixaram sequelas permanentes. “Hoje em dia, fisicamente, continuo convivendo com a surdez unilateral, com sequelas da paralisia facial e toda alteração consequente do traumatismo craniano, como alteração no labirinto, dificuldade de equilíbrio e alteração na fala”, detalha o médico.

O espancamento teria como motivação ciúmes, já que Henrique tinha iniciado um relacionamento com uma ex-namorada do acusado, hoje com 28 anos. Na saída da boate, Rafael e outras pessoas espancaram Papini.

Leia também

“Foi tudo muito rápido. Lembro quando eu estava saindo da festa, escutei meu nome sendo gritado pelo Thiago Motta, que me reconheceu e avisou ao Rafael e aos outros amigos que estavam com ele que eu estava saindo. Ficou bem claro que eles estavam me esperando, foi quando me enquadraram, tentei correr, mas eles me alcançaram. O Thiago me deu um chute, me derrubou e, a partir disso, não lembro mais de muita coisa”, conta o médico. “Minha próxima recordação foi acordar no CTI”, completa.

Advogado da família Papini, Alexandre Miranda, explicou a situação jurídica dos demais envolvidos: “A juíza entendeu que dois desses indivíduos não teriam praticado nenhuma conduta que se amoldasse a um crime. Então, absolveu esses indivíduos por essa razão. Temos um terceiro, que é o Tiago Motta, que foi condenado por lesão corporal. E aí restou Rafael Bicalho, que foi sim pronunciado por entender a juíza que a conduta dele se amoldou à tentativa de homicídio”, explicou.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o escritório que defende Rafael Bicalho e aguarda retorno. O espaço segue aberto.

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.