A cada ano eleitoral as redes sociais ganham posição de destaque nas campanhas como um poderoso instrumento para amplificar ideias, propostas e realizar o bom debate, e de escuta atenta às necessidades coletivas. Saem na frente os candidatos que as utilizam de forma estratégica, com conteúdo segmentado e um diálogo claro e transparente, sem deixar de lado, evidentemente, o relacionamento presencial com os cidadãos. O fundador da Deja Estratégia, Rodrigo Bueno, especialista em marketing, gestão de tráfego, dados e estratégias criativas, comenta nesta entrevista ao CIDADE CONECTA sobre a relevância do marketing digital na política moderna não apenas em períodos eleitorais, mas ao longo de toda a gestão.
Como as estratégias de marketing digital têm contribuído para as campanhas eleitorais dos últimos anos?
O marketing digital tem ajudado as campanhas eleitorais ao permitir uma comunicação direta e segmentada com os eleitores. Através de redes sociais e anúncios digitais, é possível alcançar diferentes públicos com mensagens personalizadas, gerando engajamento e construindo uma narrativa consistente ao longo da campanha. Também usamos dados e análises de comportamento dos eleitores, o que possibilitou ajustes rápidos das estratégias, aumentando a eficácia das campanhas. A interação em tempo real contribui, ainda, para o fortalecimento da imagem do candidato, promovendo uma proximidade maior com os eleitores. Hoje, com o uso intenso do digital conseguimos medir o impacto em tempo real e ajustar estratégias conforme o comportamento do público, algo que seria impossível com as mídias tradicionais. Isso garante uma presença forte e constante durante todo o processo.
Quais ferramentas são essenciais para uma estratégia eficaz de marketing digital na política?
As redes sociais, especialmente o Instagram e o Facebook, são fundamentais. Classifico o WhatsApp como uma ferramenta poderosa para a comunicação direta, principalmente com a mobilização da campanha. Anúncios segmentados nas redes sociais, combinados com o monitoramento de dados, são essenciais para entender o comportamento do eleitorado e ajustar a campanha em tempo real.
Quais são os principais desafios do marketing digital utilizado por candidatos que começam com baixa pontuação em pesquisas de intenção de votos?
O maior desafio é construir credibilidade e visibilidade rapidamente. Em campanhas eleitorais, a pressão é imensa e o cenário muda o tempo todo. Manter o foco na vitória é essencial para atravessar os altos e baixos, principalmente quando o candidato começa desconhecido pela população. Não existe fórmula mágica para o sucesso, mas sim resiliência e capacidade de enxergar os dados, de analisá-los da melhor forma possível. Nos candidatos que começamos com uma pontuação baixa nas pesquisas espontâneas temos um ponto positivo: a baixa rejeição. Partindo deste ponto, visualizamos o objetivo final, independentemente das circunstâncias, mas sempre adaptando e acertando a estratégia de comunicação conforme a análise dos dados. Trabalhamos esses candidatos para serem autênticos e consistentes, com narrativas fortes que toquem o público de forma emocional. Criamos interações genuínas para engajar o eleitor em causas concretas, o que pode reverter esse cenário de baixa popularidade.
Qual é a importância do emprego do marketing digital não apenas para garantir a vitória nas urnas, mas durante o mandato do gestor público?
O marketing digital durante o mandato mantém a transparência e fortalece o vínculo com os eleitores. Não basta ganhar, é preciso dialogar com a população de forma contínua, mostrando resultados ouvindo demandas e ajustando a gestão conforme as expectativas do público. Isso cria confiança e fidelidade, essencial para a continuidade do trabalho. E o ponto principal: facilita a próxima campanha, porque o candidato já estará “próximo” do eleitor.