Dentre as renomadas Maisons de champagne, Perrier-Jouët ocupa o pódio, e é bastante conhecida no Brasil e no mundo. É uma marca que eu muito admiro, e que nasceu de uma história de amor entre Rose-Adélaide Jouët e Pierre-Nicolas Perrier, em 1811.
Além de apaixonados um pelo outro, ambos eram apaixonados por natureza e arte. Pierre era botânico, e esse DNA criou a marca registrada da Maison, representada pelas mais diferentes e icônicas flores.
Além da natureza, a arte sempre esteve muito presente na vida desse casal. Apreciavam e tinham muitas amizades nesse mundo, uma delas muito importante, o artista Émile Gallé, famoso por suas pinturas em vidro. E diz a história que foi em uma das visitas deste amigo à adega do casal, em 1902, que ele pintou a primeira garrafa de Belle Époque com as anêmonas, como um presente a eles. Ficou tão incrível, que virou a marca de Perrier-Jouët, e é reproduzida até hoje em todas as garrafas, que seguem sendo finalizadas a mão.
Além das anêmonas, Perrier tem as flores e insetos como figuras importantes do seu “story telling”. É o champagne que nos lembra jardim, frescor e sofisticação. Fazendo também grande referência à sua uva principal, Chardonnay.
Para além das histórias, tive a honra de ser convidada pelo grupo Pernod Ricard, proprietário da marca, para conhecer a Maison Belle Époque em 2022. Uma mansão incrível, na Avenue de Champagne em Épernay. Cercada por um jardim e belíssimos portões verdes, fui recebida por aquelas portas brancas se abrindo e me levando a outro século.
A Maison Belle Epoque é o maior acervo particular de obras do período da Art Nouveau do mundo. Temos obras não só de Émille Gallé, mas também Majorelle, Guimard, Toulouse-Lautrec e Rodin. É um museu e, ao mesmo tempo, uma residência. Estonteante e indescritível a sensação e a alegria de estar naquele lugar. Além do enorme jardim na parte de trás, que tive o prazer de me assentar por alguns minutos, sozinha, e sentir aquela natureza ao redor. Como realmente conseguiram manter a atmosfera da época e transmitir as características da marca naquele lugar.
A escada para as caves fica dentro da casa, e nos leva para outra joia: as paredes de puro giz branco que mantém aquelas garrafas ali por anos, em perfeitas condições de temperatura e luminosidade. O grande e famoso terroir calcário de Champagne.
Pude apreciar a beleza das garrafas de diversas versões do cuvée Belle Époque, em diferentes safras e edições especiais.
Ao retornar para as salas da casa, fui convidada a degustar Belle Époque Brut 2013, em um charmoso bar, coberto de obras de arte em murano suspensas. E, sem dúvidas, com aquela atmosfera indescritível que comentei anteriormente.
Uma experiência especial e fundamental para sentir o que a marca deseja passar. Champagne é muito mais que uma bebida. Visitando a região vocês com certeza vão entender. Santé!
Obrigada queridos amigos da Pernod Ricard, que esse ano me deram a honra de lançar em primeira mão a nova safra de Belle Époque Blanc de Blancs, 2014.
Jardim Maison e Sala de Visitas com mesa feita por Émile Gallé