Em Minas Gerais, mais de 78 mil motoristas das categorias C, D e E seguem irregulares por não atualizarem o exame toxicológico, obrigatório para condutores de veículos pesados.
No Brasil, o número passa de 1 milhão. Apesar de ser uma exigência antiga, muitos condutores continuam sem realizar o teste. Para entender o problema, a Itatiaia conversou com o médico especialista em trânsito Alisson Coimbra.
Segundo o especialista, o exame toxicológico é uma das políticas públicas mais eficazes para coibir o uso de substâncias psicoativas, especialmente drogas ilícitas, entre motoristas de caminhões, ônibus e outros veículos de grande porte — que têm alto potencial de causar acidentes graves.
Coimbra afirma que, quando o exame não é realizado, sobram apenas duas explicações: o condutor não exerce mais a atividade, mas deixou de atualizar a documentação e acabou recebendo multa; ou enfrenta uma dependência química tão severa que não consegue interromper o uso de drogas para regularizar a situação — o que, segundo ele, é ainda mais preocupante.
O especialista também critica a falta de fiscalização em vários estados. Dados da Senatran mostram que 19 Detrans no país não estão cumprindo a legislação relacionada ao exame toxicológico.
“É uma falha administrativa. A lei existe, o motorista sabe da obrigatoriedade, mas muitos estados não dão sequência ao trâmite legal da multa. Essa pessoa deveria ser impedida de dirigir e ter o direito suspenso até apresentar o exame”, afirma Coimbra.