A defesa da farmacêutica Marcela Castro Gouveia, presa em 30 de maio por utilizar um carimbo de uma médica com mesmo nome e sobrenome, quer fazer acordo com o Ministério Público para não ir a julgamento.
Caso assine o acordo, Marcela confessa a prática de medicina ilegal e não será julgada.
Marcela, que é farmacêutica, foi presa em flagrante em um consultório em Perdizes, em São Paulo. Ela usava o carimbo com registro do Conselho Regional de Medicina em nome de uma médica homônima. Ela pagou R$ 50 mil fiança para responder em liberdade. Ela tem mais de 86 mil seguidores no Instagram e oferecia um procedimento chamado de ‘bumbum plus’.
A farmacêutica já virou ré na Justiça por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica.
Na terça-feira (8), o promotor Rubens Andrade Marconi se manifestou sobre o pedido da defesa para fazer o acordo e citou que o crime não foi realizado mediante violência ou grave ameaça:
“A pena mínima cominada é inferior a quatro anos, o acusado é primário, não ostenta conduta criminosa habitual, reside no distrito da culpa e não foi beneficiado por meio dos institutos da transação penal nos últimos cinco anos”, descreve o promotor de justiça.
O advogado da suspeita, Nilton Furtado, explicou à Itatiaia que a cliente precisa cumprir alguns requisitos caso o acordo seja firmado. "É uma espécie de benefício que qualquer pessoa, investigada ou denunciada, teria direito se cumpridos determinados requisitos. O fato do promotor de justiça ter acolhido a minha manifestação significa que de fato a Marcela tem esse direito de participar da proposta de acordo” disse o advogado Nilton Furtado.
Será marcada uma audiência para formalizar a confissão e registrar as medidas, que podem ir de prestação de serviço à comunidade ou entidades públicas até pagamento de multa.
Entenda o caso
Marcela Gouveia se apresentava como esteticista e atendia em uma clínica no bairro Perdizes, na Zona Oeste da capital paulista. A mulher foi presa depois que a médica verdadeira armou um flagrante e acionou a polícia.
A polícia não informou quantos pacientes foram atendidos pela falsa profissional. Em depoimento, a mulher afirmou ser farmacêutica de formação e estudante de medicina.