Uma pesquisa do Sebrae sobre empreendedorismo feminino revelou que cerca de 70% das empreendedoras são as principais pessoas responsáveis pelo cuidado da casa. Já entre os homens, apenas 31% dizem se responsabilizar pelas atividades domésticas. Além disso, a pesquisa ainda demonstra que 28% das mulheres empreendedoras tem outra ocupação como principal fonte de renda, 10% a mais do que o relatado por homens.
Parte delas, entretanto, não acredita ter mais dificuldade para abrir um negócio por ser mulher. Ainda assim, 48% das empreendedoras afirmaram que, por a mulher precisar dedicar aos cuidados domésticos e dos filhos, enquanto os homens podem se dedicar inteiramente ao negócio, há maior dificuldade em empreender. Os homens, por outro lado, discordam: apenas 24% deles compartilham desta opinião.
Rede de apoio e dificuldades
Entre as empreendedoras, 53% afirmam ter tido contato com uma mulher dona de negócio que serviu como inspiração, e 40% dizem ter uma rede de contato com mais mulheres que possuem o próprio negócio. Além disso, 84% dariam preferência à contratação de mulheres.
As iniciativas de apoio, entretanto, são poucas. Só 10% das empreendedoras contam com lei ou iniciativa do município de fomentação de negócios liderados por mulheres. Além disso, 45% afirmam que a maior dificuldade é gerir as finanças do negócio, 35% dizem que é conciliar a vida profissional e pessoal, e 28% citam dificuldade em acessar empréstimos bancários.
A falta de planejamento foi apontada pela pesquisa como maior desafio frente ao negócio: 6 em cada 10 mulheres empreendedoras não realizaram algum estudo ou plano antes da abertura da empresa. Além disso, quase 60% das novas empreendedoras afirmam que têm baixo ou nenhum conhecimento sobre gestão de empresas.
Desafios de empreender
Gabriela Balieiro, confeiteira, começou seu negócio em 2019 para conseguir uma renda extra e se apaixonou pelo empreendedorismo
“Trabalho com confeitaria para festas, produzindo bolos, doces e lembrancinhas. Atendemos datas comemorativas, datas sazonais, como páscoa e natal. Além de oferecer doces e sobremesas pelo delivery”, conta.
Em sua rotina, afirma que as vezes opta por abrir mão do conforto para conseguir alcançar melhores resultados e conta que sempre tenta ser 100% em tudo que faz, principalmente se relacionado ao seu negócio.
Ela explica que o maior desafio nestes quatro anos foi de manter a constância e acreditar que a empreitada daria certo. Gabriela ressalta que a rede de apoio é essencial para qualquer empreendedora.
“Muitas vezes me senti sozinha mesmo estando rodeada de pessoas que gostavam do meu trabalho, o apoio trás a oportunidade de crescimento e a chance de ter pontos de vista além do que nos conseguimos ver”, lembra.
A empreendedora conta que mantém contato com colegas de profissão e sempre participa de programas e eventos para aprimorar seus conhecimentos no negócio.
“Fundei o Grupo e escolhi a dedo outras 5 mulheres espetaculares para estar nessa jornada comigo, e juntas temos feito um trabalho incrível com mulheres empreendedoras do nosso bairro e cidade”, completa.