A força-tarefa que busca desaparecidos em São Sebastião, no litoral norte paulista, vai concentrar os trabalhos hoje (21) na Barra do Sahy. O bairro é um dos mais atingidos pelos deslizamentos e enxurradas do fim de semana, e, segundo a Defesa Civil estadual, tem o maior número de pessoas desalojadas e desaparecidas.
O acesso ao local só é possível por barco ou helicóptero. Em alguns pontos, não há sequer conexão de internet ou sinal de celular. Alguns desses locais estão até 50 quilômetros distantes do centro do município.
Na tarde desta terça-feira (21), já haviam sido confirmados 47 mortos na região em decorrência dos temporais do fim de semana, que deixaram, ainda, 1,7 mil desalojados e 766 desabrigados na região.
Estradas bloqueadas
Há esforços para desobstruir as estradas da região, bloqueadas em diversos pontos pelos deslizamentos de terra. Na manhã desta terça-feira, foi liberado um trecho da Rodovia Rio-Santos entre Boiçucanga e Camburi. Na segunda-feira (20), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse que há indícios de que partes da rodovia podem ter sido completamente destruídas.
Na Rodovia Mogi-Bertioga, a previsão é que precisem ser investidos R$ 9,4 milhões em 6 meses de obras para reconstruir o trecho onde houve rompimento da tubulação que recebe águas pluviais.
Mutirão
Moradores da Topolândia, um dos bairros próximos ao centro do município, trabalham em mutirão para retirar a lama e o entulho das ruas. O esforço é acompanhado por máquinas e caminhões. Voluntários distribuem doações e água para os envolvidos nas atividades e para as famílias desabrigadas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no município e prometeu construir casas em áreas que não tenham riscos semelhantes para as vítimas que perderam a moradia. A Defesa Civil Nacional reconhece o estado de calamidade pública em São Sebastião, Caraguatatuba, Guarujá, Bertioga, Ilhabela e Ubatuba, os municípios do litoral norte mais atingidos pelas chuvas do fim de semana.