O valor do leite, entregue em junho a ser pago ao produtor em julho, definido pelo Conselho Paritário entre Produtores de Leite e Indústrias de Laticínios- MG (Conseleite-MG), deverá ser de R$ 2,44 por litro. O valor do mês passado foi RS 2,62.
Apesar da queda nos custos de produção, o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Faemg, Jônadan Ma, acredita que o que mais está impactando negativamente seja a importação do leite em pó que, segundo ele, bateu um novo recorde, totalizando 205,5 milhões de litros, enquanto as exportações não alcançaram 7 milhões de litros.
“Isso é um fator preponderante para a redução no valor do litro de leite pago ao produtor e preocupa apesar da boa interlocução que temos tido com os Ministérios da Agricultura e Pecuária, do Desenvolvimento Agrário e da Indústria e Comércio, da Casa Civil. Tanto os ministros, quanto seus secretários executivos mostraram disposição em ajudar. Só que não estão encontrando mecanismos suficientemente efetivos e imediatos. Mas prometeram trabalhar para buscar uma solução”.
Jônadan reiterou ainda que a Comissão Técnica não é contra a importação. “O que queremos é que ela fique nos patamares entre 3 e 5% do total da produção brasileira e não no patamar de 10 a 11% que vamos bater agora no mês de julho. Esse excesso de importação nesse momento em que está começando a safra no sul do Brasil, é muito ruim. Se continuarmos nesse ritmo, vamos ter mais leite importado, afetando não só o produtor como o parque industrial, gerando desemprego e afetando, principalmente a agricultura familiar”.
Segundo Jônadan, no Rio Grande do Sul, trabalhadores rurais estão ameaçando fechar as estradas onde entram os caminhões de leite vindos do Uruguai e da Argentina.
Neste primeiro semestre, as importações acumulam 1.048 milhões de litros, o que representa um déficit de 1.014 milhões de litros e US$ 509 milhões na Balança Comercial brasileira. Os preços internacionais do leite em pó seguem mais competitivos que o nacional, favorecendo as importações.
Queda na captação de leite
De acordo com o IBGE, no primeiro trimestre de 2023, houve uma queda de 1,2% na captação formal de leite no Brasil e uma redução de 5,3% em Minas Gerais, quando comparado ao mesmo período de 2022.
Ao mesmo tempo, o custo de produção de leite em Minas Gerais caiu 4,3% em junho desse ano. Esse é o terceiro mês consecutivo de queda e, segundo dados do ICP-Leite Embrapa, essa baixa é reflexo da redução com os custos com a alimentação do rebanho, principalmente na família dos concentrados e volumosos, que caíram 7,7% e 7,5%, respectivamente. É também reflexo da queda nos custos de aquisição de milho e farelo de soja, principalmente.
A resolução completa está disponível no site: www.conseleitemg.org.br