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Vôlei: Thaísa relembra apoio de Zé Roberto no retorno às quadras e retomada no Minas

Jogadora detalhou momento difícil na carreira e ajuda do treinador da Seleção Brasileira para se recuperar

Thaisa, central do Gerdau Minas

A central Thaísa, do Gerdau Minas, participou do podcast Basticast, e relembrou um duro momento na carreira - quando sofreu grave lesão no joelho esquerdo - em 2017.

À época, a jogadora defendia o Eczacibasi, da Turquia, e sofreu o rompimento parcial do ligamento lateral e de parte do menisco. A contusão quase forçou Thaísa a se aposentar do vôlei.

Desde que se recuperou da lesão, a central começou a utilizar uma perna biônica - objeto que auxilia a atleta a proteger o joelho.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira (25), Thaísa recordou o ocorrido e citou a importância de José Roberto Guimarães, atual treinador da Seleção Brasileira e à época no Barueri, no período de recuperação.

“Depois das lesões, eu só pensava se conseguiria jogar igual jogava, e não que não voltaria mais. Ficava perguntando quando eu ia voltar, o que eu podia fazer, se eu não podia malhar braço. Eu foquei numa coisa muito positiva e isso me ajudou muito. Eu fiquei três meses sem poder encostar o pé no chão. Quando eu voltei a andar, eu tive que reaprender a andar. Cinquenta por cento da minha recuperação foi o Zé. Na hora que eles (Eczacibasi) viram que tava, por negligência, eles queriam encerrar meu contrato, dá um bônus. Mas se alguém encerra, a parte tem que pagar o contrato. Eles queriam sair amigavelmente”, iniciou Thaísa.

“Na época, eu sem plano de saúde - porque o atleta tem sempre do clube e a gente nem se preocupa -, sem fisioterapeuta, sem lugar para fazer fisioterapia, tipo dane-se. Aí eu liguei para o Zé perguntando o que eu faço, e ele disse para eu ficar tranquila, para ir para lá (Barueri), porque iam cuidar de mim. Ele fez muito mais do que eu imaginava. Pensei que ia ter uma estrutura, mas ele me deu plano de saúde, me deu salário, me contratou. E ele nem sabia se eu ia voltar a jogar. Fora o tempo dele”, continuou.

“Ele deixava de fazer coisas para ficar ali comigo. Talvez ele não entenda que a presença dele ali fez muito mais diferença do que qualquer coisa. E a volta foi esquisita demais, eu ainda tava dando uma patinada dos movimentos. O corpo não funcionava igual. A cabeça está lá na frente, mas o corpo não responde”, finalizou Thaísa.

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Retomada no Minas

Na sequência, Thaísa afirmou que voltou a ter autoconfiança apenas no Minas e ressaltou que as críticas sofridas quando atuava no Barueri serviram como fator motivador para se recuperar.

“Eu só voltei a ter autoconfiança no Minas. Eu fiz uma temporada no Barueri, mas eu ainda estava voltando ao ritmo, aos movimentos, ainda girava muito o corpo para proteger no bloqueio, para não saltar com a perna que sofreu a lesão, eu fazia todos os movimentos possíveis para cair com as duas pernas. Era inconsciente, mas atrapalhava totalmente o meu bloqueio”, disse.

“Aí o povo começou: ‘é manca, lenta, não vai voltar, robocop, nunca mais joga igual.’ Brasileiro é complicado. Atleta bicampeão olímpico, que entregou tanto pelo Brasil, no primeiro momento que fica na m* que precisa de ajuda, massacram, ao invés de te ajudar. Só que isso eu adorei, me deu força. Queriam me atrapalhar e me ajudaram”, revelou a atleta.

Thaísa pelo Minas

Jogadora do Gerdau Minas desde 2019, a Thaísa é um dos destaques do clube da Rua da Bahia.

Pelo Minas, a central conquistou três Campeonatos Sul-Americanos de Clubes de Vôlei, três Superligas Femininas de Vôlei, duas Copas Brasil, quatro Campeonatos Mineiros, dentre outras taças.

Na atual temporada, Thaísa é a terceira principal pontuadora do Gerdau Minas na Superliga Feminina 2025/2026, com 129 pontos.

Jornalista formado pelo Centro Universitário UNA. Acumula passagens pela Web Rádio Neves FM e Portal Esporte News Mundo, como setorista do América, além de possuir experiência em coberturas in-loco e podcast. Apaixonado por automobilismo e esportes americanos.

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