A oposta
Em entrevista ao ge, a jogadora da Superliga deu detalhes de como foi o momento e revelou quase ter ficado paraplégica.
“No Souza Aguiar, a equipe médica procurou o buraco de saída da bala, que é na lateral do quadril. A bala não estava alojada. Eles falaram: ‘Agradece, porque sua filha nasceu de novo. Por um milímetro não pegou a medula dela. Ela ficaria paraplégica. Por menos de um centímetro não pegou a bexiga, causaria uma hemorragia interna’”, contou.
“Eu não estaria mais aqui para contar a história. A bala pegou exatamente onde podia sair. Quando me joguei, desviei a bala no meu corpo. Quando começaram a chegar as mensagens de carinho, vi que nasci de novo. Por pouco não fiquei paraplégica, por pouco não perdi minha vida”, acrescentou.
Cronologia do caso
Julia disse que estava em uma confraternização familiar na casa da avó, quando o pai se ofereceu para levá-la para casa.
“Quando chegamos perto da minha rua, um carro parou perto da gente, meu pai virou normalmente para entrar na rua. Os bandidos saíram do carro, mas não abordaram, não anunciaram assalto, nem falaram para descer do carro. O carona saiu e disparou a arma na nossa cara, sem motivo, sem render. Eu falei para o meu pai: ‘É um assalto’. O primeiro tiro pegou entre o vidro da frente e o lateral, traçando a coluna do carro, mas não pegou o meu pai, graças a Deus. Meu pai se jogou para se proteger e pisou no acelerador. Eu me joguei para dentro para me proteger”, contou a oposta.
A jogadora de 28 anos contou, ainda, que não percebeu ter sido baleada. Ela afirmou ter começado a sentir uma dor forte na região das costas depois que chegou em casa.
“Passei a mão nas costas e não tinha sangue. Botei a mão no lugar que estava doendo mais e não tinha buraco. Quando cheguei em casa, senti uma dor muito forte na coluna, mas não onde a bala entrou, e sim por onde a bala saiu. Passei as mãos em cima e senti um meladinho: ‘Putz, levei um tiro’. Mostrei as costas para o meu pai, que falou: ‘Você levou um tiro’. A ficha caiu”, detalhou.
Julia Azevedo, oposta do Tijuca, é baleada no Rio de Janeiro
Julia, então, foi encaminhada ao Hospital Municipal Souza Aguiar. Exames constataram que a bala entrou e saiu e não atingiu nenhum órgão essencial.
Impacto esportivo
Após o tiro, Julia terá que ficar fora das atividades do clube por cerca de um mês. A oposta espera voltar as quadras no dia 22 de dezembro, contra o Dentil Praia Clube, último jogo do Tijuca pela
“Na minha vida profissional, é tentar voltar mais forte, mesmo que não tenha sido uma lesão causada pelo esporte, impactou, porque vou ficar de jogos importantes do clube. É um momento chato, difícil. Não vou conseguir ir nos treinos iniciais, mas vou tentar dar forças para as meninas para ajudar”, disse.
“Na vida pessoal me tornou cada vez mais grata, porque um dia nossa vida está aqui, no dia seguinte pode não estar mais. Estava com planos de assistir uma série com meu marido, minha tia tinha feito uma árvore de Natal pra mim, tinha planos. E podia ter acabado com a minha vida e a da minha família”, refletiu Julia.