Depois de passar por dias de tensão, a jogadora de vôlei mineira, Rupia Inck, de 33 anos, conta como passou os últimos dias em Israel. O território tem sido invadido pelo grupo terrorista Hamas há cerca de uma semana.
Em entrevista exclusiva à Itatiaia, Rupia detalhou a experiência de viver em um país durante uma guerra. Em meio ao período de turbulência, a atleta de Uberaba, no Triângulo Mineiro, passou todo o tempo com outras três brasileiras. Elas atuaram recentemente pelo Maccabi Nazareth.
Rupia desembarcou em solo israelense há mais de um mês, em 4 de setembro. Na ocasião, a jogadora entrou no país para trabalhar, mas jamais pensou que tudo viraria um pesadelo em pouco tempo.
“Assinei um contrato com eles para passar uma temporada lá. Ia jogar a Superliga por esse time [Maccabi Nazareth], estávamos em preparação. Nossa estreia seria amanhã [sábado, 14]. No sábado passado, teve a primeira invasão. No domingo de manhã, eles já prorrogaram essa estreia”, afirmou.
As colegas brasileiras de time são de diferentes origens. Dentre elas, uma é natural de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
“Não cheguei a estrear oficialmente. Tivemos dois amistosos e estávamos ansiosos para a estreia amanhã. Éramos quatro brasileiras no time. Uma é de Betim, a outra é de Piracicaba e a outra é de João Pessoa”, complementou.
O susto com a sirene
Quarta-feira, 11 de outubro de 2023. No relato emocionante de Rupia Inck, essa é uma data que nunca mais será esquecida. Embora o medo tomasse conta das pessoas em Israel, o toque da sirene desesperou as brasileiras do Maccabi Nazareth. A solução foi esconder em um outro ambiente.
“No sábado (7), quando a gente acordou com a notícia que Israel estava sendo atacada, procuramos saber a gravidade do que estava acontecendo e vimos que era grande e sério. Eles [Hamas] tinham entrado no país há muitas horas, mas, como morávamos em Nazaré, estávamos em uma distância segura. Estávamos no norte de Israel e a invasão foi pelo sul. Acompanhamos o alerta para ficar em casa, para ficar em segurança e foi isso até quarta-feira”, disse.
“A sirene soou e a gente ficou maluca. Tivemos que decidir o que fazer, foi um momento de tensão. Estávamos juntas, mas ficamos sabendo depois que foi um alarme falso. Foi a experiência mais próxima do que está acontecendo lá", ponderou Rupia.
Volta ao Brasil e o alívio de estar em casa
Nesta sexta-feira (13), Rupia Inck chegou ao Brasil depois dos dias mais apavorantes de sua vida. De acordo com ela, a sensação é de alívio.
“A gente tinha um apartamento, que não era o nosso, para se esconder. Era um apartamento acima do nosso que tinha o búnquer. Ficamos ali até parar a sirene. A sensação é de alívio, estou feliz por estar em casa. Com o passar dos dias, estávamos ficando mais tensas e quarta-feira foi surreal”, concluiu.