Saída conturbada, idolatria incontestável, galeria cheia de troféus e rivalidade como tema dos últimos capítulos. Agora ex-levantador, William Arjona foi homenageado pelo Cruzeiro nesta quinta-feira (4), por meio das redes sociais, após a decisão da Superliga Masculina.
No último domingo (30), a equipe celeste derrotou o arquirrival Minas, por 3 sets a 0 (25/18, 25/19 e 25/20), em São José dos Campos, e faturou o octacampeonato da competição.
A história de William no Cruzeiro começou em 2010, quando chegou para liderar o projeto rumo a grandes conquistas. Ao longo de sete temporadas, foram 26 títulos, com destaques para os três títulos do Mundial de Mundial de Clubes (2013, 2015 e 2016), o tricampeonato do Sul-Americano (2012, 2014 e 2016) e o penta da Superliga Masculina (2011/12, 2013/14, 2014/15, 2015/16 e 2016/2017).
Em 2017, William se despediu do Cruzeiro com o título da Superliga diante do Taubaté, no Mineirinho, em Belo Horizonte. À época, o levantador deu adeus à torcida em uma situação que, até os dias atuais, não foi totalmente esclarecida.
Saída conturbada de William
Em entrevista ao podcast “Bora Pra Resenha”, em outubro do ano passado, William comentou sobre o desentendimento com a diretoria do clube celeste. De acordo com o atleta, o Sesi fez uma proposta por ele nas quartas de final da Superliga e, na sequência, a oferta foi levada aos dirigentes do Cruzeiro. Contudo, segundo ele, não houve interesse da direção em negociar sobre o assunto.
“Eles me disseram que eu estava blefando. Falei que não queria sair, me sentia em casa, já tinha até comprado terreno na região de BH. A diretoria sabia e acho que tentaram se aproveitar disso. Parecia uma brincadeira, eu era campeão olímpico, com uma longa trajetória no vôlei. Eu não precisava blefar pra ter uma valorização, não tinha necessidade de fazer leilão. Fui lá e assinei com o Sesi”, relembrou.
William também falou que, enquanto o time dava a volta olímpica após o título no Mineirinho, o diretor do Cruzeiro, Flávio Pereira, sugeriu uma renovação de contrato.
“Fui tratado como moleque e não como alguém que era de casa. Tinha filho nas costas, mais de 30 anos de idade. Coloquei a proposta na mesa deles e nada aconteceu. Aquilo foi a gota d´água, os valores não eram tão diferentes assim. Eles achavam que não iria, mas a decisão já estava tomada”, complementou.
Cruzeiro nega versão de William
Em outubro do ano passado, Flávio Pereira concedeu entrevista ao Flashscore e negou a versão relatada por William.
“Durante todos os anos que estou no projeto, nunca negociei diretamente com jogador. Ele nunca falou diretamente comigo sobre o assunto, não entendi porque ele mentiu. As conversas são sempre com os agentes. Ele jamais ouviria isso de mim, sempre prezei pelo respeito máximo com os atletas. O agente me passou a proposta e não tivemos como igualar, nossa realidade não permitia. Não duvidei de nada, ele tinha o desejo de sair do projeto e sigo sem entender o motivo dessa polêmica. Lamento muito o comentário”, rebateu.
Para o lugar de William, o Cruzeiro contratou o argentino Nico Uriarte, que está em sua segunda passagem pelo clube mineiro.