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Brasil, Itália, Japão: Fifa libera Copa feminina em seu streaming a 45 países

Fifa+ aumenta oferta após só o Brasil ter imagens da Copa masculina; 30 territórios só verão o Mundial-2023 pelo canal da entidade

Austrália x Irlanda, pela Copa do Mundo feminina: mais de 200 países terão as imagens ao vivo

A Copa do Mundo feminina de futebol está com transmissão gratuita por meio do streaming da Fifa, o Fifa+, para 45 países, incluindo o Brasil. Em 30 deles a competição só poderá ser vista por meio do Fifa+, já que não houve venda para emissoras. Na Copa masculina, no ano passado, somente o Brasil teve imagens da competição pela plataforma da federação internacional.

O Mundial começou na quinta-feira (20) , na Austrália e na Nova Zelândia, e tem a final marcada para 20 de agosto. A Seleção Brasileira está no Grupo F, junto com Panamá, França e Jamaica - a estreia será na segunda-feira (24), contra as panamenhas, às 8h (de Brasília).

Quando lançado, em abril de 2022, o Fifa+ tinha como objetivo principal produzir documentários e ser um canal de transmissão ao vivo de torneios de todo o mundo, mas principalmente de países em desenvolvimento. Não havia uma previsão de que os produtos principais da Fifa, como as Copas do Mundo masculina e feminina, fossem transmitidos por esse canal. Isso, porém, mudou.

Na Copa masculina do Catar, disputada em novembro e dezembro passados, a Fifa aproveitou uma mudança contratual com o Grupo Globo e transmitiu para o Brasil todos os 64 jogos em seu streaming - outros 22 passaram na Cazé TV, o canal do streamer Casimiro Miguel no Youtube. Após a pandemia, a Globo perdeu a exclusividade da competição em acordo para pagamento de dívida.

O resultado foi considerado um sucesso. Por isso, para a Copa feminina, a Fifa decidiu que usaria seu streaming para evitar que países ficassem sem o sinal da competição se nenhuma empresa se interessasse. Os 30 territórios que terão imagens exclusivas pelo Fifa+ estão principalmente no Caribe e na Ásia.

Mas o potencial comercial do Fifa+ também será testado no torneio. Além do Brasil, outros mercados importantes para a Fifa terão imagens liberadas pelo streaming ao mesmo tempo em que outros veículos terão os direitos de transmissão: Itália, Japão e Holanda estão nessa situação.

Na Itália, a RAI, emissora pública que garantiu os direitos após acordo da Fifa com União Europeia de Radiodifusão, só terá direito a 15 jogos da competição, de um total de 64, com foco nos da Seleção Italiana. Quem quiser ver as outras partidas terá que acessar o Fifa+ (site ou aplicativo).

Negociações

A Fifa conseguiu fechar em pouco mais de 200 o número de territórios que terão imagens da Copa feminina de 2023. Isso ocorreu com recentes acordos principalmente na Ásia, incluindo Japão e China. Mas também da decisão de liberar o sinal pelo Fifa+ para, por exemplo, Indonésia e Malásia, que estavam “no escuro”, ou seja, seus habitantes não teriam onde ver a Copa.

Como a Itatiaia revelou, até o início de julho esse número estava em 189. Como comparativo, a Copa masculina de 2022 foi a vista em mais lugares na história, em 225 territórios, superando os 223 do Mundial de 2014, no Brasil. Não há dados oficiais do total de países que compraram os direitos da última Copa feminina, a de 2019, na França, mas a competição teve mais de 1 bilhão de espectadores, segundo dados da federação internacional.

A direção da Fifa ampliou seu acordo com a União Europeia de Radiodifusão para a transmissão da Copa do Mundo feminina de futebol para 34 territórios da Europa - o acerto inicial previa 28.

Com isso, países da elite do continente que não receberiam imagens da competição, como Alemanha, França, Espanha, Itália e Inglaterra (Reino Unido), terão acesso gratuitamente aos jogos em TV aberta, por meio de emissoras públicas.

Esse movimento foi uma derrota do presidente da Fifa, Gianni Infantino, que reclamou nos últimos meses dos baixos valores oferecidos por empresas de comunicação para a compra dos direitos da competição. Mas ele foi convencido por assessores que, no projeto da Fifa de desenvolvimento do futebol feminino, seria péssimo que diversos países ficassem sem as imagens da competição.

A Fifa define os locais em que negocia seus campeonatos como territórios, e não países, porque em alguns casos as vendas ocorrem para regiões que nem autônomas são. Um exemplo é o departamento francês chamado Reunião, uma ilha no Oceano Índico, em águas africanas, que a Fifa cede separadamente dos pacotes oferecidos para a França.

Transmissão para o Brasil

Os 64 jogos da Copa do Mundo Feminina de Futebol terão transmissão ao vivo para o Brasil. A Cazé TV, o canal do streamer Casimiro Miguel no Youtube, e o Fifa+, o streaming oficial da Fifa, transmitirão gratuitamente toda a competição, que pela primeira vez terá 32 participantes.

O Grupo Globo transmitirá 19 jogos da fase de grupos e outros 15 do mata-mata, a maioria no SporTV (canal a cabo), na Globoplay (streaming) e no Ge.com (internet). Nesta primeira etapa, a Globo aberta passará apenas os três confrontos da Seleção Brasileira pelo Grupo F:

  • Brasil x Panamá - 24 de julho - 8h (de Brasília)

  • Brasil x França - 29 de julho - 7h (de Brasília)

  • Brasil x Jamaica - 2 de agosto - 7h (de Brasília)

VEJA OS PAÍSES QUE TERÃO IMAGENS DA COPA FEMININA PELO FIFA+

Com exclusividade

  • Afeganistão

  • Anguilla

  • Antígua e Barbuda

  • Bahamas

  • Bermuda

  • Belarus

  • Belize

  • Brunei

  • Camboja

  • Ilhas Cayman

  • Cuba

  • Dominica

  • República Dominicana

  • Granada

  • Indonésia

  • Laos

  • Santa Lúcia

  • Macau

  • Malásia

  • Montserrat

  • Mianmar

  • Filipinas

  • São Cristóvão e Névis

  • Suriname

  • Turks e Caicos

  • Timor-Leste

  • Trinidad e Tobago

  • Ilhas Virgens Britânicas

  • São Vicente e Granadinas

  • Ilhas Virgens Americanas

Sem exclusividade (outras plataformas também transmitem)

  • Aruba

  • Barbados

  • Brasil

  • Bulgária

  • Croácia

  • Curaçao

  • Chipre

  • Estônia

  • Guiana

  • Itália

  • Japão

  • Holanda

  • Lituânia

  • Letônia

  • Romênia

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.