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Piquet tem recurso negado em condenação por racismo e homofobia contra Hamilton

Ex-piloto usou termos racistas contra Lewis Hamilton, além de ter sido homofóbico com Keke e Rico Rosberg

Nelson Piquet teve recurso negado em julgamento contra Hamilton

Nelson Piquet, brasileiro tricampeão mundial de Fórmula 1, teve negado os embargos apresentados ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) contra a decisão que o condenou a pagar R$ 5 milhões, em março deste ano. O ex-piloto foi julgado pelas declarações racistas sobre Lewis Hamilton, além de falas homofóbicas contra o inglês e os pilotos Keke e Nico Rosberg. A decisão foi publicada na última quarta-feira (31).

A defesa de Piquet alegou “haver omissão no ato judicial” na decisão inicial. Em seu parecer, a juíza Thaissa de Moura Guimarães afirma que “o julgador não está obrigado a se pronunciar individualmente sobre todos os pontos e dispositivos legais mencionados pelas partes, mas apenas em relação àqueles que julgar contundentes o suficiente para influir no provimento jurisdicional que se reclama.”

Nelson Piquet foi flagrado usando um termo racista para se referir a Lewis Hamilton, em um vídeo de 2021 que circulou nas redes sociais e ganhou repercussão somente no ano passado. É possível ouvir o ex-piloto chamando o heptacampeão de “neguinho” ao comentar um acidente envolvendo o inglês e Max Verstappen - namorado de sua filha, Kelly Piquet - durante o Grande Prêmio de Silverstone, na Inglaterra.

“O neguinho meteu o carro e não deixou (Verstappen desviar). O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro se f*deu. Fez uma p*ta sacanagem”, criticou Piquet, em entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira na época.

Piquet também usou termos homofóbicos para falar sobre o ex-piloto Keke Rosberg e o seu filho Nico. “O Keke? Era uma b****. Não tinha valor nenhum. É que nem o filho dele (Nico). Ganhou um campeonato. O neguinho (Hamilton) devia estar dando mais o c* naquela época e estava meio ruim”, disse Piquet.

A ação contra Piquet foi movida pela Educafro (responsável por promover a inclusão de negros nas universidades públicas e particulares), o Centro Santo Dias (órgão de defesa dos direitos humanos), a Aliança Nacional LGBTI+ e a Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas. As entidades citam “reparação de dano moral coletivo e dano social infligidos à população negra, à comunidade LGBTQIA+ e ao povo brasileiro de modo geral” para justificar o processo.

Pedro Matos de Arruda, juiz da 20ª Vara Cível de Brasília, foi quem sentenciou Piquet ao pagamento de R$ 5 milhões - inicialmente, as entidades pediam R$ 10 milhões na ação. O magistrado alegou o fato de Piquet ter feito doações para a campanha de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2022, no valor de R$ 501 mil. Como a Lei nº 9.504/97, da Justiça Eleitoral, limita as doações e contribuições a campanhas eleitorais a 10% dos rendimentos brutos, o juiz considerou que Piquet teria arrecadado em 2021 mais de R$ 5 milhões.

*Com agências

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