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Governo da Espanha exige sanções esportivas a Israel por genocídio em Gaza

Porta-voz do governo espanhol utilizou tratamento dado para atletas e equipes da Rússia como exemplo

Protestos pró-Palestina durante realização da Volta da Espanha de ciclismo

A porta-voz do governo espanhol, Pilar Alegria, cobrou sanções a Israel. Usando como exemplo o tratamento dado atletas e equipes russas, que foram impedidos de competir em diversas modalidades com as cores de seu país em função da invasão da sobre o território da Ucrânia, Pilar Alegria, sugeriu que as mesmas medidas semelhantes fossem aplicadas aos israelenses devido à guerra em Gaza.

“O que estamos vivendo agora é um massacre, é um genocídio. Estamos vendo crianças e bebês morrendo de fome e temos mais de 60 mil mortos. É uma situação dramática, e é importante que o esporte demonstre uma posição pelo menos semelhante à que vimos com a Rússia”, declarou Alegría, também Ministra da Educação e Esportes.

Diante do cenário de tensão em função do conflito que tem ceifado a vida de milhares de pessoas, Alegria cobrou rigor das autoridades sobre o assunto para que uma decisão seja tomada. No discurso, ela insinuou que a equipe Israel-Premier Tech não deveria competir na Volta da Espanha (tradicional competição de ciclismo de estrada).

“Neste caso, as competições são realizadas pela UCI (União Ciclista Internacional), e a decisão deve ser compartilhada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), como esporte olímpico. Diante da situação que vivemos, de tamanha gravidade, precisamos tomar uma posição e uma decisão”, afirmou.

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A tradicional prova de ciclismo deve terminar no domingo (14) em Madri. Diariamente, manifestações pró-palestinas contra a equipe Israel-Premier Tech ocorrem e forçam organizadores a encurtar algumas etapas.

A equipe criada pelo bilionário israelense-canadense Sylvan Adams, que conta com apenas um ciclista de nacionalidade israelense. Por precaução, ele teve de trocar de uniforme e foi orientado a remover qualquer menção ao país para “priorizar a sua segurança” e também de “todo o pelotão”, de acordo com informações da AFP.

Esses protestos ocorrem em meio ao aumento das tensões entre Israel e a Espanha, um dos países mais críticos da Europa em relação à situação em Gaza. O governo de esquerda de Pedro Sánchez reconheceu o Estado da Palestina em maio de 2024 e acaba de anunciar novas medidas destinadas a “acabar com o genocídio em Gaza”.

Leonardo Parrela é chefe de reportagem do portal Itatiaia Esporte. É formado em Jornalismo pela PUC Minas. Antes da Itatiaia, colaborou com ge.globo, UOL Esporte e Hoje Em Dia. Tem experiência em diversas coberturas como Copa do Mundo, Olimpíada e grandes eventos.