A vítima do estupro coletivo que envolveu o ex-atleta Robinho e seus amigos se manifestou pela primeira vez sobre o caso em uma entrevista ao GloboPlay.
O crime aconteceu em 2013, em uma boate na cidade de Milão, na Itália. Identificada como Mercedes, a vítima contou que estava na boate para comorar seu aniversário de 23 anos. A mulher de origem albanesa estava acompanhada por suas amigas.
Depois do ocorrido, Mercedes declarou que perdeu uma parte importante de si mesma: “Se eu fosse me descrever, me sentia como uma música brasileira. Cheia de ritmo, cheia de alegria, cheia de luz. Digo sempre que eu estava cheia de cores. Coisa que depois se apagou. Obviamente tiraram uma parte importante de mim. (...) O tempo ajuda, mas não apaga”.
Em depoimento, a albanesa declarou que seu objetivo não é humilhar publicamente os responsáveis, mas sim promover uma mudança na sociedade e tentar prevenir casos futuros.
“Espero que meu testemunho seja útil. Não para condenar de novo ao nível midiático ou para humilhar publicamente. Mas que possa servir como ensinamento. Porque no fim é muito fácil chegar à sentença, à condenação. Seria justo que se pare antes, que isso não aconteça. É nisso que precisamos trabalhar. Trabalhar com os meninos, nas escolas, educar com a família, que é a base para tudo. A gente precisa ser responsável desde cedo”, declarou.
Caso Robinho
O crime ocorreu no dia 22 de janeiro de 2013, em Milão. Robinho e cinco amigos foram acusados de violentar uma mulher em uma boate. Após um longo processo judicial, a Justiça italiana condenou Robinho a nove anos de prisão.
Em meio à repercussão do caso, o Santos, clube com o qual ele havia assinado contrato na época, rescindiu o acordo, e o jogador não voltou a atuar pelo Peixe.
Apesar da condenação em terceira instância em 2022, Robinho não cumpriu sua pena, pois estava no Brasil, que não extradita seus cidadãos. No entanto, em 2024, o Ministério Público Federal determinou que Robinho deveria cumprir a sentença em território brasileiro.
Além de Robinho, apenas Ricardo Falco, outro dos envolvidos, foi condenado.