Com o Vasco na zona de rebaixamento e sem vencer há sete rodadas no Brasileirão, Paulo Bracks admitiu que a situação do time não era a planejada, mas garantiu a permanência de Maurício Barbieri no comando do Cruz-Maltino. Em entrevista nesta terça (30), no CT Moacyr Barbosa, o diretor de futebol afirmou que “rotas serão corrigidas internamente”, dividindo as responsabilidades da fase.
“Tem total confiança no trabalho do treinador, da comissão técnica, e, principalmente, no trabalho que está sendo feito este ano no Vasco. Em cinco meses de trabalho, entendo que algumas rotas precisam ser corrigidas. E serão, mas internamente”, afirmou Paulo Bracks, antes de completar.
"É um momento ruim de resultados, não queríamos estar nem planejamos estar nessa posição da tabela na oitava rodada de 38. Muita gente já cravou o fim do campeonato, mas estamos na oitava rodada. Vamos corrigir rotas. Erros aconteceram e vamos corrigi-los internamente”, avaliou o diretor.
Em momento de pressão, com protestos dos torcedores contra a diretoria da 777 Partners, treinador e outros membros do departamento de futebol, Bracks reforçou que serão estes profissionais que tirarão o Vasco da fase ruim. “A avaliação do trabalho de todos é diária. O meu, do Abel, do Barbieri, dos jogadores, dos funcionários. Somos e seremos os nomes que tirarão o Vasco dessa situação da tabela. Os funcionários, o grupo, Barbieri, Abel Braga e eu.”
Jogando apenas o Campeonato Brasileiro, o Vasco tem seis pontos em 24 disputados, após oito rodadas. A única vitória foi na estreia, diante do Atlético, no Mineirão. Desde então, três empates e quatro derrotas. O próximo compromisso do Cruz-Maltino será na segunda (5), contra o Flamengo.
Confira outras respostas do diretor executivo de futebol do Vasco, Paulo Bracks:
Quais são os erros do Vasco?
"É um momento muito fácil de apontar dedo. Não vou apontar dedos. Estou aqui para exteriorizar ao torcedor do Vasco que concordo com algumas críticas. Óbvio que sim. Estamos aqui todo dia, trabalhamos todos dias dentro do clube e conhecemos nossa realidade e trabalho. As críticas construtivas as aproveitamos. Quando digo correção de rota, é porque não queríamos estar nessa situação da tabela.
Em dois jogos, principalmente, deveríamos ter resultado de vitória. Seria crucial nesse momento de análise. Entendemos que o momento, apesar de ruim, é bom para que a gente possa olhar internamente e fazer diferente para colher resultado diferente.
Esse dedo não será apontado para uma pessoa só, mas para o clube e o processo que o clube está vivendo. É um processo novo, uma nova era. São cinco meses de um retorno à Série A, após dois anos na Série B. Início de um investimento na história do Vasco. Importante dizer que o investimento foi feito de acordo com o que foi aprovado e entregue ao departamento de futebol e suficiente para montar o atual elenco, que nos permitiu fazer oito compras de atletas, que estão sendo bastante utilizados em termos de minutagem e titularidade. Com exceção de um, até então.”
Avaliação do trabalho de Barbieri
“Não estou aqui para me furtar de nenhuma responsabilidade da minha pasta. Que bom que ainda tenho a prerrogativa de fazer coisas diferentes. Não me agrada o padrão do futebol brasileiro de troca de treinador no momento conturbado de resultado, sem que seja analisado trabalho, perspectiva, o que pode ser feito internamente. A decisão que será de todos nós de refazer rotas passa pelo elenco, pelo dia a dia, pela parte técnica. Tenho convicção que, com o que identificamos, consigamos fazer diferente.”
Momento de turbulência do Vasco
“A torcida do Vasco está machucada há pelo menos 20 anos. Quando vim trabalhar aqui busquei ainda mais informações. Sei muito bem que são 20 anos de turbulência. Em cinco meses, depois de 20 anos, não vamos ter um voo sem turbulência. Estamos tendo a nossa turbulência. Vamos buscar estabilidade, continuar crescendo em termos de processo, projeto, montagem de elenco, parte técnica, força da camisa e trabalho para isso não vai faltar. Será incansável. Não tem problema com cobrança. Pode cobrar. Vamos entregar.”
Expectativas criadas pelo torcedor
‘Muita gente criou expectativas acima da realidade. É mais uma forma de machucar o torcedor do Vasco, iludir e criar fantasias. Não necessariamente estou dizendo sobre frases ditas dentro de um contexto nosso, mas pessoas externas ao processo. Não é uma realidade que de hora para outra se consegue alcançar. Existem clubes que o projeto demorou quatro, cinco, seis anos, para alcançar as expectativas criadas pelas torcidas.”