O presidente de La Liga, Javier Tebas, voltou a rebater, na manhã desta segunda-feira (22), o brasileiro Vinícius Júnior, novamente alvo de ataques racistas, desta vez na derrota do Real Madrid, por 1 a 0, para o Valencia, no domingo (21), pelo Campeonato Espanhol.
“Nem Espanha, nem La Liga são racistas. É muito injusto dizer isto. Como La Liga, denunciamos e combatemos o racismo com toda rigidez dentro das nossas competências. Esta temporada foram feitos 9 casos de insultos racistas (8 deles por insultos contra Vinícius Júnior). Sempre identificamos os infratores e levamos a denúncia aos órgãos legisladores. Não importa que sejam poucos, eles são implacáveis. Não podemos permitir que se manche a imagem de uma competição que é sobre o símbolo de união de povos, onde mais de 200 jogadores são de origem negra em 42 clubes que recebem em cada rodada o respeito e o carinho da torcida, sendo o racismo um caso extremamente pontual (9 denúncias) que vamos eliminar”, disse o presidente de La Liga numa mensagem, no Twitter, em português.
Tebas e Vini Jr. vêm trocando mensagens nas redes sociais desde o domingo (21) sobre os ataques racistas sofridos constantemente pelo astro brasileiro do Real Madrid em diversos estádios da Espanha.
Enquanto o jogador pede mudanças e maior punição aos constantes insultos raciais, o presidente de La Liga miniza os fatos e aponta a culpa ao brasileiro, o que gerou uma forte resposta de Vini Jr.
“Mais uma vez, em vez de criticar racistas, o presidente da LaLiga aparece nas redes sociais para me atacar. Por mais que você fale e finja não ler, a imagem do seu campeonato está abalada. Veja as respostas do seus posts e tenha uma surpresa... Omitir-se só faz com que você se iguale a racistas. Não sou seu amigo para conversar sobre racismo. Quero ações e punições. Hashtag não me comove”, disse o brasileiro no Twitter.
Mais cedo, no domingo (21), Tebas havia criticado Vinícius Júnior, alegando que o astro brasileiro do Real Madrid precisava “se informar melhor sobre as ações de La Liga contra o racismo”.
“Já que ninguém lhe explicou o que é a La Liga e o que ela pode fazer em casos de racismo, tentamos explicar para você, mas você não apareceu em nenhuma das duas reuniões agendadas que você mesmo solicitou. Antes de criticar e insultar La Liga, você precisa se informar corretamente, Vini Jr. Não se deixe manipular e certifique-se de compreender plenamente as competências de cada um e o trabalho que temos feito juntos”, disparou Tebas nas redes sociais.
Na tarde de domingo (21), Vini Jr.
“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito”, começou o brasileiro em um depoimento no Twitter.
“O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano (Ronaldo) e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista”, continuou Vini Jr.
“Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, concluiu o astro da Seleção.
O jogo deste domingo (21) contra o Valencia teve de ser interrompido pelo árbitro após ouvir gritos de “mono” (macaco, em espanhol) proferidos por parte da torcida do Valencia.
O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti
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