O Everton, da Inglaterra, perdeu dez pontos nesta temporada da Premier League após investigações concluírem que o clube de Liverpool quebrou uma regra financeira da liga que diz respeito ao teto de gastos. A perda de pontos é um recorde no Campeonato Inglês e se faz de forma imediata. Com isso, os Toffees caem da 14ª para a 19ª posição na tabela.
Em março, o clube inglês foi encaminhado a uma comissão independente por supostas violações durante a temporada 2021/22, e a audiência foi realizada em outubro. O Everton havia registrado gastos de quase 372 milhões de libras (R$2,25 bilhões, na cotação atual) em três anos. O limite estabelecido pela Premier League era de 105 milhões de libras (R$635,25 milhões, na cotação atual).
A punição aplicada ao Everton, entretanto, coloca muita pressão sobre outro clube inglês: o gigante Manchester City. Diferentemente dos Toffees, o City passou por enorme reformulação na última década, especialmente no que diz respeito ao lado financeiro. Desde 2008, o clube é de propriedade do Sheikh Mansour bin Zayed Al Nahyan, membro da família real dos Emirados Árabes Unidos.
Desde então, os Citizens fizeram diversos investimentos de valores astronômicos, e muitos deles também foram investigados pela Premier League, que contou com análise de uma comissão independente - mesmo cenário do Everton. A conclusão foi de que o City também quebrou regras financeiras da liga, porém mais de 100 vezes e ao longo de nove temporadas, entre 2009/10 e 2017/18. Todas essas temporadas contam com ao menos uma violação detectada na investigação.
A investigação ligada ao City foi concluída neste ano, mas até o momento, os Citizens não foram julgados e não há previsão para punição. Em comunicado oficial, o Everton, que teve a punição rapidamente determinada, se mostrou “chocado e desapontado”, destacando que a decisão foi “totalmente desproporcional e injusta”. Até mesmo os torcedores do Liverpool, principal rival do Everton, se mostraram indignados com a diferença de tratamento dada aos clubes.
O Manchester City também é alvo de investigação pelo mesmo motivo na Uefa. A entidade do futebol europeu, entretanto, considera apenas o período de cinco anos, mas também avalia possíveis quebras de fair play financeiro por parte do clube de Manchester.
Além da revolta pela decisão da Premier League, o Everton frisou que já iniciou o processo de apelação e também vai monitorar “com grande interesse as decisões tomadas em quaisquer outros casos relativos às Regras de Lucro e Sustentabilidade da Premier League”.