Artilheiro estrangeiro da história do Cruzeiro com 51 gols, o ex-atacante Marcelo Moreno confessou surpresa com o trabalho do técnico Leonardo Jardim. Ídolo da história celeste, o ex-camisa 9 admitiu que, em um primeiro momento, não acreditou que o clube iria conseguir manter o treinador.
“Eu confesso que pensei que o Cruzeiro iria continuar trocando de treinador. Desde o início do ano, já entendia, na minha visão de ex-jogador, que não foi a melhor decisão no início, à permanência do antigo treinador. Ele já estava muito desgastado da temporada passada. Eu não estava acreditando tanto no Jardim”, revelou, em entrevista à Itatiaia.
Leonardo Jardim tem 24 jogos no comando do Cruzeiro, com 10 vitórias, 8 empates e seis derrotas. O treinador colocou, até aqui, o time celeste na segunda colocação do Campeonato Brasileiro, com 24 pontos.
“Eu vi que é um treinador que sabe de liderança, sabe unir grupo, treinador família. Acima de tudo, sabe os jogadores que tem. A gente viu que ele teve uma conversa franca, e ele tinha que conversar com o seu grupo para transmitir uma verdade. Tem que ter isso dentro do elenco, isso parte do treinador. Teve uma sinceridade, teve hombridade de conversar com todo mundo, falar que vai fazer de um jeito, e que todos têm que respeitar”, analisou.
Apesar da boa fase, Jardim precisou superar grandes desafios no início de sua trajetória no Cruzeiro. Dentre alguns pontos de dificuldade, o episódio envolvendo à saída do atacante Dudu, e a mudança importante no time titular, optando por Gabigol, grande estrela da equipe, no banco de reserva.
“A gente tem grandes jogadores, qualquer um pode ser titular, mas a cada jogo precisaremos usar jogadores diferentes, táticas diferentes para ganhar jogos. Foi o que aconteceu, Kaio Jorge começou a jogar, Gabigol foi para o banco. Ele foi tão humilde, tão tranquilo que conseguiu entender que para ser grande, primeiro tem que ser humilde. Isso é trabalho, todo mundo conversando”, comentou.
Marcelo Moreno destacou que a qualidade do elenco é um ponto importante para colocar o Cruzeiro na briga por grandes conquistas.
“Em 2014, qualquer um era titular. O time que encantou o Brasil. Tinha dia que ficava o Ricardo Goulart no banco, o Everton Ribeiro, eu, Júlio Baptista, Dagoberto. O único que não ficava no banco era o Fábio, mas depois todo mundo tinha que entender que para ser grande, tem que ser humilde primeiro. Tem que comer banco, se tiver que comer, mas vai ter a hora para entrar, mostrar, ajudar, colaborar. Acredito muito nesse trabalho que o treinador está fazendo nesse momento. Está tendo suporte do Pedrinho, a equipe que ele tem para que o time possa jogar do jeito que está jogando, encantando o Brasil novamente”, comparou.