Em coletiva, o técnico Rogério Ceni ficou ‘na bronca’ com o árbitro Davi de Oliveira Lacerda e a atuação da cabine do VAR, comandada por Rafael Traci. Para o comandante, o zagueiro Junior Alonso, do Atlético, deveria ter sido expulso em lance envolvendo Michel.
“Como é que ele (Traci) vai explicar que não chamou o árbitro sequer pro vídeo para ver o lance que o Alonso pisa. É um lance de expulsão clara”, questionou Ceni.
O defensor atleticano entrou em dividida com Michel Araujo, do Bahia, e acabou acertando a sola na canela direita do meio-campista. O árbitro marcou apenas falta, e o VAR, comandado por Rafael Traci, não chamou o dono do apito para conferir a jogada na cabine.
Análise do VAR sobre o lance
A CBF divulgou, após a partida, a análise completa do VAR. Segundo os áudios, a decisão por não expulsão se deu porque Alonso pisa na bola e segue em movimento contínuo, sem apoiar os pés no chão. Logo no momento do lance, Davi de Oliveira já se comunica com a cabine, afirmando sobre o que viu.
“Ele escorrega em cima da bola aqui. Ô Traci, ele pisa em cima da bola e depois tem um pé sobre pé, pé com pé aqui, depois seguiu na vantagem. Michel, foi falta, mas eu dei a sequência para sua equipe. Foi o que eu vi, ele pisa em cima da bola e escorrega na bola, ele não bate lá", disse o árbitro.
Da cabine, Traci concorda com a decisão tomada em campo. “Ele toca o pé, mas o pé não está fixo. Ele está no alto e vai deslizando, com intensidade baixa. Para mim não é protocolar. Tem um pé que está no tornozelo do jogador, mas não está fixo no chão, ele vai deslizando. Está em disputa de bola, não é depois do toque”, afirmou.
Expulsão de Kanu
Outro lance que gerou revolta por parte do Bahia foi a expulsão do zagueiro Kanu, na etapa final da partida. O zagueiro derrubou Bernard, que recebeu passe em profundidade e poderia entrar em progressão dentro da área. Em um primeiro momento, Davi de Olveira aplicou o cartão amarelo, mas o VAR chamou, e houve a mudança para o vermelho.
Na coletiva após o jogo, Ceni também detonou a decisão da arbitragem no lance. “Sabe o que o árbitro fez no lance do Kanu? Amarelo. O bandeira está à frente dele. Seguiu o amarelo, todo mundo achou que era para amarelo. Mas o senhor Rafael Trace teve a coragem, porque ele é muito corajoso aqui no campo do Atlético”, exclamou.
Análise da expulsão
Logo após a falta e aplicação do cartão amarelo, Davi se dirige à cabine do VAR: “Ele não tem o domínio da bola ainda, para mim desconfigura o caso de domínio, está muito afastado, está dividida entre ele e o goleiro”.
No VAR, contudo, a visão é diferente: “Ele (Bernard) vai vir sozinho, ele tem totais possibilidades de domínio dessa bola, não tem mais defensores, tem direção. Grande possibilidade de DOGSO, ele deu cartão amarelo, mas vou chamar, ok? Você (Davi) fala que ele não tem domínio, mas ele tem totais condições de domínio da bola, ele vai sair sozinho com o goleiro”.
Já em frente ao monitor, Davi, ao rever o lance, muda de ideia e retira o cartão amarelo de Kanu, para aplicar o vermelho. “A bola é muito mais para o atacante, ele (Kanu) abdica de jogar para puxar. Vou tirar o cartão amarelo e sancioná-lo com o vermelho, com a possibilidade real de gol”, afirmou.
A sigla DOGSO, utilizada pela arbitragem, tem como significado, em inglês, Deny an Obvious Goal-scoring Opportunity (impedir uma clara oportunidade de gol).