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‘Sempre foi errado': presidente do Fortaleza critica homofobia da torcida

Clube foi denunciado por grupo à CBF e ao STJD e pode ser punido; Marcelo Paz criticou o argumento do ‘sempre foi assim’

Jogadores do Fortaleza com torcedores ao fundo, no PV, antes do jogo contra o Coritiba

O Fortaleza foi denunciado à CBF e ao STJD pelo Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQIA por cantos homofóbicos entoados por parte da torcida na vitória de 3 a 1 sobre o Coritiba, no domingo (27), no estádio Presidente Vargas, na capital cearense. É possível que o clube, como o rival Ceará, seja multado por isso, mas ainda há o risco de jogar partidas com os portões fechados.

O presidente do clube, Marcelo Paz, usou as redes sociais, nesta terça-feira (29), para criticar o canto, que é direcionado à torcida do Ceará. Paz quis acabar com o principal argumento usado por alguns torcedores para que a letra da música não mude: “sempre foi assim”.

“Tem uma coisa no Fortaleza que nunca podemos deixar ser válida que é o sempre foi assim. O trabalho de recuperação física dos jogadores, tinha uma maneira de fazer, nós mudamos. A fachada do Fortaleza, era de uma maneira, melhoramos. Nem sempre foi assim. A sala de troféus, como é que era? Mudamos e evoluímos. Nós repudiamos as falas homofóbicas em nossos jogos. E nem adianta argumentar que sempre foi assim. Se sempre foi assim, sempre foi errado”, disse Paz.

No vídeo, ele mostra a maneira antiga de se recuperar jogadores nos pós-jogos, dentro de tanques de água, e a atual, em equipamentos modernos. Mostra a fachada anterior da sede do clube, e a atual, reformada, e a pequena sala de troféus antiga comparada com a nova, moderna e espaçosa.

O clube pode ser denunciado pela procuradoria do STJD pelos cantos homofóbicos, mesmo se o caso não foi relatado na súmula da partida. O Ceará foi multado recentemente em R$ 40 mil, também após denúncia do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ, grupo que é a articulação nacional de torcidas LGBTQIA+. O Corinthians teve que jogar uma partida sem torcedores, nesta edição do Campeonato Brasileiro, pelo mesmo motivo.

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas em 2000, trabalhou como repórter e editor no Diário Lance, como repórter no GE.com, Jornal da Tarde (Estadão), Portal IG, como repórter e colunista (Painel FC) na Folha de S. Paulo e manteve uma coluna no portal UOL. Cobriu in loco três Copas do Mundo, quatro Copas América, uma Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes, Eliminatórias e finais de diversos campeonatos.