A espera foi longa, mas valeu a pena. O torcedor do Fluminense pode, enfim, gritar 'É campeão da América’. Foram 121 anos de caminhada para chegar ao topo do futebol sul-americano.
A conquista inédita veio neste sábado (4) diante do poderoso Boca Juniors-ARG, seis vezes campeão, com vitória por 2 a 1, e gols de Germán Cano (primeiro tempo) e John Kennedy (na prorrogação). Para deixar tudo perfeito, o título foi em casa, no Maracanã, palco de tantas glórias no Rio de Janeiro.
O herói
O técnico Fernando Diniz decidiu deixar John Kennedy no banco de reservas, optando por Martinelli. Mas o camisa 9 entrou no fim do segundo tempo, com o placar em 1 a 1 (gols de Cano e Advíncula), e marcou um golaço, em chute forte, no primeiro tempo da prorrogação.
O mineiro de Itaúna ficou tão emocionado que foi comemorar no meio da torcida, mas esqueceu que já tinha cartão amarelo. Como consequência, acabou expulso.
O Rei da América
Espetacular! É impossível encontrar adjetivo diferente para Germán Cano. São 13 gols na Copa Libertadores. E logo no Fluminense, clube marcado por grandes goleadores em sua história: Fred, Washington, Assis, Super Ezio e muitos outros.
Mas nenhum deles conseguiu o que Cano conseguiu. O argentino de coração tricolor vai ser merecidamente o Rei da América. A partir de agora, ele se posiciona para sempre como um dos maiores ídolos do Fluminense. Façam o duplo L. A América tira o chapéu para Germán Cano.
A consagração de Fernando Diniz
O desfecho do primeiro título do Fluminense estava entrelaçado com a consagração de Fernando Diniz,. Tachado de perdedor, o treinador mineiro, de Patos de Minas, calou os críticos com a maior conquista da carreira. E a mais esperada pelo Fluminense.
Sem ‘Maracanazzo’ dessa vez
Foram 15 anos de angústia e sofrimentos para o Tricolor na Copa Libertadores. O mesmo Maracanã tinha sido o palco da dura queda para LDU de Quito, do Equador, em 2008. O fantasma está exorcizado. Fim da agonia. O sábado mágico e eterno em 121 anos de glórias.
O Fluminense se junta ao seleto grupo de brasileiros que já faturaram a competição e que inclui os rivais cariocas Flamengo e Vasco. De quebra, mantém a hegemonia dos últimos cinco anos: cinco taças seguidas para o futebol brasileiro na Copa Libertadores.
Marcelo coloca mais um na galeria
Um dos troféus por clubes que faltava não falta mais. Depois de empilhar títulos com o Real Madrid-ESP, Marcelo, no ano da sua volta ao Brasil, conquistou a Copa Libertadores.
Era um dos últimos títulos por clube, dos principais do planeta, que o craque não tinha. Falta um Brasileirão, que ele ainda terá tempo para buscar com o Fluminense.
Bola na rede
Os dias que antecederam a final foram cercados pela expectativa do duelo de times com estilos opostos. Os 45 minutos iniciais foram conforme o esperado. O Fluminense, com muito mais capacidade de jogar futebol, impôs o estilo de Fernando Diniz.
O Boca Juniors apresentou a dificuldade em fazer o simples e jogar futebol no início. A correria de Barco e Merentiel não foi o suficiente em tarde pouco inspirada de Cavani.
O Fluminense dominou os primeiros 15 minutos, mas o Boca Juniors tentou igualar o jogo, e chegou até a assustar Fábio. Os brasileiros pareciam mais tensos do que os argentinos.
Até Keno tabelar com Arias na direita, avançar pela ponta e cruzar para trás. Cano girou o corpo, e chutou forte, sem tempo de reação para Romero. Explosão no Maracanã: 1 a 0.
Boca cresce, Kennedy decide
No segundo tempo, o Fluminense recuou. Os argentinos, por sua vez, cresceram em campo. Em jogada individual, Advíncula acertou um chutaço no canto direito, e Fábio não conseguiu alcançar: 1 a 1.
O empate levou a decisão para a prorrogação. Mas no tempo adicional, o golaço de John Kennedy definiu a partida: 2 a 1.
Recopa e Mundiais
O título da Libertadores leva o Fluminense a dois Mundiais de Clubes. O primeiro será já agora em dezembro, na Arábia Saudita, o último que a Fifa vai organizar no formato que organiza desde 2005, com sete participantes. O Flu entra direto na semifinal, e joga dia 18 de dezembro, contra rival a se definir. Na final pode encontrar o Manchester City de Pep Guardiola.
Em 2025, o Fluminense se juntará a Palmeiras e Flamengo no novo Mundial de Clubes, com 32 participantes, que a Fifa organizará nos EUA. O torneio será quadrienal, e a América do Sul terá ainda outros três representantes: o vencedor da Libertadores de 2024 e dois times indicados por ranking.
Em fevereiro de 2024, o time comandado por Fernando Diniz enfrentará a LDU de Quito, o algoz de 2008, na Recopa Sul-Americana. Os equatorianos bateram o Fortaleza e foram campeões da Copa Sul-Americana, na semana passada, no Uruguai.
Os jogos serão dia 21 de fevereiro, no Equador, e 28 de fevereiro, no Maracanã.
Boca Juniors-ARG 1 x 2 Fluminense
Boca Juniors
Romero; Advíncula, Valentini, Figal (Valdez) e Fabra; Medina (Taborda), E. Fernández (Saracchi), P. Fernández e Barco (Langoni); Cavani (Benedetto) e Merentiel (Janson). Técnico: Jorge Almirón.
Fluminense
Fabio; Samuel Xavier (Guga), Nino, Felipe Melo (Marlon) e Marcelo (Diogo Barbosa); André, Martinelli (Lima), Ganso (John Kennedy) e Árias; Keno (David Braz) e Cano. Técnico: Fernando Diniz.
Gols
Cano (35min1ºT), John Kennedy (8min1ºTP) para o Fluminense
Advíncula (26min2ºT) para o Boca Juniors
Cartões Amarelos
Keno, John Kennedy, Nino, Cano (Fluminense); Cavani, Figal, Langoni (Boca)
Cartões Vermelhos
John Kennedy (Fluminense); Fabra (Boca)
Público: 69.232 presentes
Renda: R$ 31.702.250,00
Motivo: Final da Copa Libertadores
Data e horário: 4 de novembro de 2023 (sábado), às 17h (de Brasília)
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Wilmar Roldán (Fifa-COL)
Auxiliares: Alexander Guzman (COL) e Dionisio Ruiz (COL)
VAR: Juan Lara (CHI)