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Caso Bruno Henrique: Justiça autoriza envio de provas ao STJD e nega sigilo

Atacante é investigado pela Polícia Federal por manipulação de apostas esportivas

Bruno Henrique, atacante do Flamengo

A Justiça do Distrito Federal autorizou, nesta quinta-feira (1º), o envio de provas contra Bruno Henrique ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O jogador do Flamengo é investigado por um cartão amarelo que tomou na Série A do Campeonato Brasileiro de 2023, em jogo contra o Santos.

Parentes do atacante haviam pedido à Justiça que decretasse sigilo na investigação. No entanto, a solicitação foi negada pelo juiz Fernando Brandini Barbagalo, responsável pelo caso. A informação foi revelada pelo ge.globo.

A decisão da Justiça do DF permite que o STJD instaure um inquérito desportivo contra o atleta.

Barbagalo também manteve uma decisão anterior que autorizou a PF a compartilhar as provas com a CPI da Manipulação dos Jogos e Apostas Esportivas, instalada no Senado.

Além disso, a Blaze, uma das empresas que teria recebido apostas no cartão de Bruno Henrique, foi obrigada a fornecer dados à Polícia Federal.

Entenda o caso

Bruno Henrique foi indiciado pela Polícia Federal no dia 14 de abril, por suposta fraude em competição esportiva. Além do jogador, outras dez pessoas são alvo da PF. O caso foi revelado pelo portal Metrópoles.

Investigadores acharam mensagens comprometedoras no celular de Wander Nunes Pinto Júnior, irmão do jogador. O aparelho foi apreendido pelos agentes. Ao todo, 3.989 conversas foram analisadas no WhatsApp de Bruno Henrique.

Mensagens por cartão amarelo em Flamengo 1x2 Santos, em novembro de 2023

A reportagem do Metrópoles mostrou mensagens entre Bruno Henrique e seu irmão Wander que indicariam a manipulação para que o flamenguista tomasse o terceiro cartão amarelo em um jogo específico.

A partida em questão foi entre Flamengo e Santos, dia 1 de novembro de 2023, pelo Campeonato Brasileiro, no Mané Garrincha, em Brasília-DF.

No jogo em questão, o camisa 27 recebeu dois cartões amarelos e foi expulso nos acréscimos da etapa final.

“O tio você está com 2 cartão no brasileiro?”, questionou Wander. Em resposta, o atacante escreveu: “Sim”.

Wander continuou: “Quando (o) pessoal mandar tomar o 3 liga nós hein kkkk”.

Bruno Henrique respondeu, em teor de aviso: “Contra o Santos”.

Na sequência, Wander perguntou: “Daqui quantas semanas?”. Bruno Henrique respondeu: “Olha aí no Google”.

Wander: “29 de outubro”, “Será que você vai aguentar ficar até lá sem cartão kkkkkk”

“Não vou reclamar. Só se eu entrar forte em alguém”, disse Bruno Henrique.

Wander respondeu: “Boua já vou guardar o dinheiro investimento com sucesso”.

Os investigadores apontaram que Bruno Henrique teria passado informações privilegiadas e antecipadas ao irmão sobre o recebimento de cartão amarelo contra o Santos.

Segundo a investigação, Wander apostou R$ 380,86 e teve um retorno e R$ 1.180,67 na partida contra o Santos. Ele fez parte do primeiro grupo de apostadora, junt com Poliana Ester Nunes Cardoso (prima de Bruno Henrique) e a Ludymilla Araújo Lima (cunhada de Bruno Henrique) também apostaram.

O segundo grupo contava com outros seis apostadores.

Quem é Wander, irmão de Bruno Henrique

Assim como o craque do Flamengo, Wander é destaque dentro de campo.

Seu brilho, porém, é no futebol amador. Wander é conhecido como Juninho Neymar, e é um atacante de destaque da várzea de Belo Horizonte e de Minas Gerais.

O atleta acumula títulos pelo estado e é um dos mais valorizados do cenário amador.

O início das investigações

As investigações começaram em agosto de 2024, quando operadores de apostas apresentaram movimentações suspeitas acerca do cartão recebido por Bruno Henrique contra o Santos, em 2023.

Segundo apuração da Itatiaia, três bets (KTO, Betano e Bet da Galera) emitiram alerta de aposta atípica por contas recém criadas minutos antes da partida.

No dia 5 de novembro de 2024, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, em Vespasiano, em Lagoa Santa e em Ribeirão das Neves. A operação foi chamada de Spot-Fixing, uma expressão inglesa que faz alusão à manipulação de uma situação específica de um jogo.

O Flamengo decidiu não afastar o jogador durante as investigações.

Em entrevista ao Sportv após o título do Flamengo na Copa do Brasil, dia 10 de novembro do ano passado, Bruno Henrique garantiu ser inocente e disse estar tranquilo.

“Sim (sou inocente). Recebi (a operação) de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi, mas eu acredito na justiça lá de cima. Deus é um cara que sempre sabe. A minha vida, a minha trajetória, desde quando eu comecei a jogar futebol. Deus sempre foi comigo. E, cara, eu estou tranquilo em relação a isso”, disse BH.

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