Com conversas adiantadas para assumir o Cruzeiro na próxima temporada, Fernando Gago pode reforçar a sua comissão técnica com olhares para o setor defensivo. O ex-zagueiro Fabricio Coloccini, de 41 anos, também se juntaria ao estafe de Gago caso as negociações sejam concretizadas.
Segundo o Diario Río Negro, da Argentina, Coloccini já sinalizou a Fernando Gago que aceitaria trabalhar no Cruzeiro em 2024. Segundo apurou a Itatiaia, uma das críticas ao trabalho do treinador é que suas equipes atacam bem, mas têm problemas defensivos evidentes. Nesse sentido, a aposta por Coloccini poderia representar, na prática, maior equilíbrio ao projeto do comandante.
A Itatiaia tentou contato com Coloccini, mas o ex-jogador não atendeu aos telefonemas até a públicação desta reportagem (12h17 no horário de Brasília).
Críticas ao sistema defensivo
Em conversa com a Itatiaia, o apresentador Hernán Coccimiglio, dos programas Esto es Racing e Desde el Cilindro, da Rádio Racing, detalhou a fragilidade defensiva dos times de Fernando Gago.
“O Racing, do Gago, nunca marcou bem. Criava e atacava bem, mas era desorganizado atrás. Levava muitos gols de contragolpe e de bolas paradas, como escanteio e tiros livres. Este ano, principalmente, parecia um time partido em dois. Atacava bem e defendia mal. Isso gerou muitas críticas da torcida”, disse Hernán.
Vale ressaltar que Gago tem os auxiliares Diego ‘El Chispa’ Cogliandro e Federico Insúa como fiéis escudeiros. No Racing, seu último clube, Fernando trabalhou com uma extensa equipe. Além da dupla, ele contava com a ajuda dos preparadores Roberto Luzzi e Federico Trídico e de mais quatro auxiliares: Gustavo Gallego, Gastón Naddoni, Nicolás Batista e Ezequiel Taboada.
A presença de diversos membros na comissão técnica, por sinal, incomodava a imprensa local e a torcida do Racing.
Setorista do Olé faz avaliação idêntica
A análise de Hernán Coccimiglio sobre Fernando Gago coincide totalmente com a avaliação de Nicolás Montalá, setorista do Racing no jornal Olé, da Argentina.
“Gago é um técnico de grande vocação ofensiva, amante do protagonismo, da posse de bola, do trato da bola. Suas equipes ocupam o campo do rival em qualquer lugar e pressionam no ataque com intensidade. Seu esquema favorito é o 4-3-3. Costuma utilizar os extremos com perfil trocado (canhoto pela direita e destro pela esquerda). Os laterais avançam constantemente. Os zagueiros jogam no círculo central. Mas o time do Gago se arrisca muito e isso expõe sua defesa. O estilo dele requer zagueiros muito velozes para cobrir os espaços. Em 2022 o time foi muito bem, mas, em 2023, não. O Racing este ano teve uma das defesas mais vazadas”.
Trabalho de Coloccini como técnico
Ex-zagueiro da Seleção Argentina, Coloccini atualmente dirige a categoria sub-20 da Venezuela. Esse, inclusive, é o único trabalho da carreira dele na nova função. Neste ano, o país foi o quinto colocado do Sul-Americano Sub-20.
Ainda conforme o Diario Río Negro, o nome de Coloccini ganhou força na AFA para que fosse auxiliar-técnico de Javier Mascherano no sub-20 da Argentina. Contudo, ele teria recusado o convite da Seleção para ajudar Gago em seu trabalho na capital mineira.
Carreira de Coloccini como jogador
Revelado pelo Boca Juniors, em 1999, Coloccini fez apenas dois jogos no time principal antes de ser vendido ao Milan no mesmo ano. Porém, sem espaço no elenco italiano, o então jovem zagueiro acabou emprestado ao San Lorenzo e retornou à Argentina.
Pelo time do Papa Francisco, Coloccini foi peça importante, mas foi novamente cedido pelo Milan. Dessa vez, para o Alavés, o Atlético de Madrid e o Villarreal, todos da Espanha. Durante esse período, o beque foi campeão olímpico com a Argentina em 2004, em Atenas, na Grécia.
De volta ao Milan em 2005, Coloccini disputou mais cinco jogos e foi vendido ao Deportivo La Coruña, da Espanha. Por lá, ele fez carreira até ser negociado ao Newcastle, da Inglaterra, onde se tornou ídolo e participou de 275 jogos.
Em 2016, já aos 34 anos, Coloccini voltou ao território “hermano” para jogar pelo San Lorenzo pela segunda vez. No clube de Buenos Aires, o ex-zagueiro ficou até o início de 2021, quando decidiu encerrar a carreira no Aldosivi e foi treinado, inclusive, por Fernando Gago.
