A final do Campeonato Brasileiro de 1974 foi um dos capítulos mais polêmicos da história da competição e aquele Vasco 2 x 1 Cruzeiro, no Maracanã, criou uma rivalidade que dura até hoje entre os dois clubes.
Aquela edição foi decidida num quadrangular em turno único. Cruzeirenses e vascaínos terminaram empatados com quatro pontos e o regulamento previa a disputa de um jogo extra, com mando do time de melhor campanha, no caso a Raposa.
O problema é que na partida entre eles, pelo quadrangular final, em 27 de julho, aconteceu muita confusão no Mineirão, como relata o “Almanaque do Cruzeiro”, de autoria de Henrique Ribeiro.
“O árbitro Sebastião Rufino não marcou um pênalti cometido por Alcir em Palhinha no último minuto do jogo. O jogador vascaíno, na saída do campo, admitiu a falta, alegando saber que os árbitros não marcam pênalti no final do jogo. O fato revoltou os cruzeirenses, que cercaram o árbitro, e a partida ficou paralisada por cinco minutos. O auxiliar Gilson Cordeiro trocou socos com o treinador Ilton Chaves e o vice-presidente Carmine Furletti à beira do gramado...”
Diante desse fato, com a definição de que o título seria decidido numa partida desempate, no Mineirão, o Vasco entrou com um recurso pedindo a inversão do mando de campo, como revela o mesmo “Almanaque do Cruzeiro”.
“O árbitro Sebastão Rufino havia relatado na súmula da partida em que as equipes empataram por 1 a 1, no Mineirão, a invasão de campo do vice-presidente Carmine Furletti e do técnico Ilton Chaves, que trocaram agressão com o auxiliar Gilson Cordeiro. O regulamento determinava a perda do mando de jogo. O tribunal da CBD suspendeu a partida até o julgamento do recurso, marcado para a terça-feira da outra semana. A briga nos tribunais poderia se arrastar por semanas e a decisão corria o risco de ser disputada no ano seguinte, ou ambos seriam proclamados campeões. O Cruzeiro preferiu entrar em acordo com o Vasco e aceitou a inversão do jogo para o Maracanã, onde a renda seria muito maior devido à capacidade do estádio carioca”.
Na noite de 1º de agosto de 1974 Cruzeiro e Vasco jogaram no Maracanã. E os cariocas venceram por 2 a 1, gols de Ademir e Jorginho Carvoeiro, com Nelinho descontando.
A arbitragem dessa partida foi muito contestada. O Cruzeiro reclama de um gol de Zé Carlos que decretaria o 2 a 2 na reta final do confronto. O Vasco de outro gol de Jorginho Carvoeiro que significaria o 2 a 0 ainda na primeira etapa.
O enredo dessa final entre Vasco e Cruzeiro garante ao confronto um lugar nas Histórias do Brasileirão.