Ouvindo...

Participe do canal e receba as notícias do Cruzeiro no WhatsApp

Wagner Pires de Sá é condenado a devolver dinheiro ao Cruzeiro

Decisão foi publicada nesta segunda-feira (6) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Wágner foi condenado e decisão publicada nesta segunda

O ex-presidente Wagner Pires de Sá foi condenado a restituir ao Cruzeiro R$ 150 mil usados de forma indevida para pagar advogados pessoais com dinheiro do clube. Ele também teve as contas bloqueadas no mesmo valor, além “da condenação em custas processuais e honorários advocatícios”. A decisão foi confirmada nesta segunda-feira (6) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

Wagner Pires de Sá foi presidente do Cruzeiro entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Em novembro do ano seguinte, ele se tornou réu em investigação pelos crimes de falsidade ideológica, apropriação indébita e formação de organização criminosa. Os atos, que envolveram também outras pessoas, causaram prejuízo milionário ao Cruzeiro.

Segundo a decisão, Wagner contratou um escritório de advocacia para se defender em meio à investigação pelas policias Civil e Federal “em razão do cometimento de crimes durante a gestão”. O dinheiro usado para pagar sua defesa saiu dos cofres do clube e se trata de “ato ilícito (desvio da finalidade de contratação), vez que tais serviços atenderam a interesses pessoais do réu e não do clube de futebol”.

Esse contrato, inclusive, foi celebrado em junho de 2019, quando Wagner ainda presidia o Cruzeiro. Uma das cláusulas do documento assinado à época por Wagner previa o pagamento de R$ 150 mil em três parcelas, a serem pagas em junho, julho e agosto do mesmo ano. Na investigação, foi verificada a origem do dinheiro. Segundo notas fiscais, as três parcelas indicadas no contrato foram pagas diretamente pelo Cruzeiro ao escritório de advocacia.

Consta na decisão do TJMG que Wagner não se opôs à autenticidade do contrato, e mesmo negando que haja irregularidades no documento, o magistrado considerou o ato ilícito e julgou procedente a pretensão autoral.

O histórico de Pires de Sá no Cruzeiro

Wagner Pires de Sá foi o presidente que levou o Cruzeiro à maior crise institucional e econômica de sua história e ao seu inédito rebaixamento, em 2019. Ele renunciou ao cargo em 19 de dezembro daquele ano, após uma série de denúncias de irregularidades de sua gestão, iniciada em janeiro de 2018.

O ex-presidente foi expulso do Conselho Deliberativo do Cruzeiro em 7 de fevereiro de 2022 em reunião extraordinária no Parque Esportivo do Barro Preto. Na ocasião, 113 conselheiros votaram pela cassação do status de benemérito e 20 foram contra.

À época, a decisão do Conselho do Cruzeiro teve como base 13 denúncias aceitas pelo Comitê de Ética e Disciplina. A principal delas foi a utilização do cartão corporativo do clube para gastos pessoais em 2018 e 2019.

Ao longo do seu mandato, Wagner Pires de Sá levou o Cruzeiro a superar R$ 1 bilhão em dívidas, algo inédito na instituição. Desde então, o clube passou três anos na Série B e só se reergueu a partir da aquisição da SAF por Ronaldo Fenômeno em 18 de dezembro de 2021.

Embora fosse presidente, Wagner Pires de Sá praticamente delegou a gestão ao vice-presidente de futebol Itair Machado e ao diretor-geral Sérgio Nonato. As principais aparições do mandatário eram em festas fartas bancadas pelo clube a conselheiros.

Ao lado de seus dois aliados, Pires de Sá se tornou réu em pelos crimes de lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e organização criminosa após denúncias do Ministério Público de Minas Gerais. O desfalque nos cofres foi estimado em R$ 6,5 milhões.

Atual presidente da Raposa, Sérgio Santos Rodrigues publicou nota sobre o assunto.

Leia na íntegra:

“Meus amigos e amigas, torcedores e torcedoras,

Encaminho com muita alegria Acórdão do TJMG publicado hoje confirmando condenação do Sr Wagner Pires de Sá a restituir ao Cruzeiro quantia utilizada indevidamente para pagar advogados pessoais com o dinheiro do clube.

Ressalto que já temos várias decisões favoráveis em face dele e de outros ex-dirigentes que prejudicaram muito o clube, mas essa é a primeira que o mérito é confirmado de forma definitiva no Tribunal mineiro.

Isso confirma nosso objetivo de ser implacável contra quem lesou o clube; movemos várias ações e temos tido sucesso, ainda que provisório, em todas até hoje. Isso sem contar ações trabalhistas indevidamente movidas em que saímos vitoriosos.

No âmbito criminal, constituímos um dos escritórios mais respeitados do Brasil para defender nossos interesses, entretanto, a velocidade de tramitação independe do nosso esforço.

Esperamos continuar dando boas notícias sobre este tema tão caro pra todos nós! Se depender do nosso trabalho, eles jamais sairão impunes.

Por fim agradeço muito ao nosso Departamento Jurídico nas pessoas do Dr Flávio Boson, que iniciou tudo isso, Marcos Lincoln, Silvio Arruda e Gustavo Chalfun. Vamos por mais !

Abraço

Sérgio Santos Rodrigues.”

Jornalista formado na PUC Minas. Experiência com reportagens, apresentação e edição de texto em televisão, rádio e web. Vivência em editorias de Cidades e Esportes.
Repórter do ‘Seu nome, seu bairro’ na Itatiaia.