A associação poliesportiva do Cruzeiro entrou com pedido de recuperação judicial na Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte.
Em comunicado divulgado nesta terça-feira (12), o Cruzeiro informou que o pedido foi protocolado na segunda-feira e que a medida faz parte do plano de recuperação do Cruzeiro Associação, iniciado em junho de 2020.
O pedido de recuperação judicial estava previsto no clube para a implementação integral da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Uma das exigências de Ronaldo, inclusive, para confirmar à compra de 90% da SAF do Cruzeiro.
Nas últimas semanas houve inúmeras demissões nas sedes sociais do Cruzeiro, tanto no Parque Esportivo do Barro Preto quanto na Campestre.
Segundo apuração da Itatiaia, funcionários da limpeza, professores de escolinhas de esporte de várias modalidades e integrantes do setor administrativo foram demitidos por causa da dificuldade financeira da associação.
Os salários do mês de junho foram pagos pelo Cruzeiro na última segunda-feira (11), de acordo com o clube, após a publicação da reportagem.
Novas demissões podem acontecer, conforme disse uma fonte à Itatiaia.
Reestruturação das dívidas
Daniel Vilas Boas, advogado responsável pela recuperação judicial do Cruzeiro, afirmou que a medida foi considerada a melhor alternativa para reestruturar as dívidas do clube.
“Além de permitir a criação da SAF, a legislação agora possibilita que as associações entrem com o pedido de recuperação judicial, que é um instrumento voltado para as organizações que, apesar de passarem por uma crise econômico-financeira, são economicamente viáveis, desde que suas dívidas sejam reestruturadas. A recuperação judicial foi avaliada como a melhor medida para o Cruzeiro, em substituição ao Regime Centralizado de Execuções, também previsto na lei. A associação contratou uma consultoria especializada na área financeira, a Alvarez & Marsal, para que estudasse o endividamento do Cruzeiro, a projeção de receitas, e apresentasse um plano de pagamentos. Após este estudo verificar os requisitos legais, a associação resolveu entrar com o pedido de recuperação judicial, que está dentro de um conjunto de iniciativas que o clube tomou, para que as dívidas sejam saneadas”, afirmou.
Para o presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, a recuperação judicial representa um importante passo para o futuro da instituição. “A recuperação judicial é um passo necessário para conseguirmos ter um clube sustentável no futuro. É fundamental fazer esse plano de pagamentos, para cumprir com todos, dentro da capacidade do clube, e para que em um futuro próximo possamos ter um clube livre de dívidas, com um patrimônio bom e desimpedido. Este processo visa cumprir com o que temos falado, que é deixar um Cruzeiro estruturado para as próximas gerações”, destacou o presidente.